Caso do médico expulso por rejeitar doping vai a tribunal

Começa nesta sexta-feira, num tribunal de Vigo, o duelo judicial entre o médico Juan Manuel Rodríguez Bastida e a equipa de ciclismo Xacobeo Galicia. O clínico alega que foi demitido em 2009, durante a Volta a Espanha, por rejeitar dopar os ciclistas. No seu lugar foi contratado Alberto Beltrán, que saíra da formação portuguesa Liberty Seguros, onde esteve na origem de três casos de doping na Volta a Portugal, incluindo do vencedor, Nuno Ribeiro.
Publicado a
Atualizado a

O médico reclama da Xacobeo o pagamento de oito salários de 2009 e a totalidade correspondente a 2010, mais uma compensação pelos "danos morais" sofridos. As queixas neste processo têm dois sentidos: a equipa também processa o clínico por "incumprimento sistemático de contrato" e por ter alegadamente prejudicado a imagem da formação.

No dia em que se disputou a quarta etapa, Bastida foi dispensado pela Xacobeo Galicia. A equipa justificou a contratação de Beltrán com falta de disponibilidade de Bastida, para quem acompanhar o grupo durante a Vuelta "excederia os dias de serviço estabelecidos pelo contrato" e por "uma manifesta dificuldade, no plano estritamente pessoal, para se integrar na dinâmica do grupo". Justificação que só foi dada quando Batisda exigiu, junto da governo autonómico da Galiz,a o pagamento dos salários.

Batisda tem outra versão sobre a sua demissão. Para o médico, ele era "um obstáculo", pois "não estava disposto a autorizar práticas de dopagem". "A aposta que fizeram foi deixar-me na rua e substituir-me por um médico 'dopador', que já tinha sido detido em Itália por esse motivo e que vinha da Liberty com três casos de EPO [eritropoietina] às suas costas", declarou Batisda, citado pela EFE.

Beltrán foi demitido também durante a Vuelta quando, quando foram conhecidos os três positivos na Volta a Portugal (do português Nuno Ribeiro e dos espanhóis Hector Guerra e Isidro Nozal) e se soube que fora contratado pela Xacobeo quando a prova espanhola já decorria e, ainda por cima, após a demissão repentina do médico habitual da equipa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt