A crise dentro da coligação do governo espanhol podia ser um balão de oxigénio para o Partido Popular, não fossem os problemas que este também está a enfrentar. Aos escândalos de corrupção, com o antigo tesoureiro a admitir em tribunal que houve uma contabilidade paralela no partido, soma-se um resultado negativo nas eleições catalãs, onde perdeu mais um deputado, e a contínua ameaça da extrema-direita do Vox..Numa tentativa de romper com o passado, Pablo Casado defendeu nesta semana a necessidade de vender a sede do partido em Madrid, o histórico edifício na Rua Génova, que acaba por estar ligado a inúmeros escândalos dos populares. Terá sido com dinheiro ilegal, por exemplo, que foram feitas as obras..No início deste mês, dias antes do começo do seu julgamento, o ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, enviou uma carta aos procuradores mostrando a sua "disponibilidade para colaborar com a justiça". Isto depois de, alegadamente, o PP ter faltado à promessa de que garantiria que a sua mulher não fosse condenada, desde que ele mantivesse o segredo. Ela foi condenada a 12 anos de prisão em dezembro..Bárcenas, ele próprio a cumprir uma pena de 29 anos de prisão por causa de um outro escândalo, admitiu agora que houve uma contabilidade paralela no partido entre 1990 e 2008, alimentada por donativos ilegais, e que esta serviu para pagar bónus a diferentes responsáveis, entre os quais o antigo líder, Mariano Rajoy. Este, segundo Bárcenas, estava informado desde o início de tudo e até chegou a destruir papéis que Bárcenas lhe tinha mostrado, sem saber que o contabilista tinha uma cópia..O líder do PP, Pablo Casado, acredita que este escândalo contribuiu para o mau resultado do PP nas eleições catalãs do passado fim de semana. E contribui também para a queda do partido no barómetro do Centro de Investigações Sociológicas de fevereiro, registando 18,8%, quase menos dois pontos percentuais do que em janeiro e ficando a quase 12 do PSOE. A juntar-se a isso, a extrema-direita do Vox continua a crescer, surgindo em terceiro lugar, com 13,6% das intenções de voto. Na Catalunha, o partido de Santiago Abascal estreou-se com 11 deputados no parlamento catalão, mais do que PP e Ciudadanos (o vencedor das anterior eleições) juntos..Em outubro, durante o debate da moção de censura apresentada pelo Vox ao primeiro-ministro Pedro Sánchez, Casado tinha tomado a decisão de marcar a diferença em relação ao partido de extrema-direita - cujo apoio lhe permite governar em algumas comunidades espanholas. "Votaremos não à sua candidatura à presidência do governo de Espanha. Porque dizemos não à rutura que você procura; não à polarização de que você precisa, como Sánchez, não a essa Espanha a cassetetes, a preto e branco, de trincheiras, raiva e medo", disse então Casado a Abascal. Desde então, não terão voltado a falar..Por seu lado o Ciudadanos, agora liderado por Inés Arrimadas, continua a tentar recuperar do descalabro eleitoral de novembro de 2019. Então, com Albert Rivera aos comandos, perdeu 47 deputados em relação ao escrutínio de abril de 2019, depois de ter rejeitado apoiar a investidura de Pedro Sánchez. Há agora rumores sobre uma eventual fusão com o PP, mas Arrimadas, que recusa demitir-se apesar de ter perdido 30 deputados na Catalunha, rejeita essa ideia.
A crise dentro da coligação do governo espanhol podia ser um balão de oxigénio para o Partido Popular, não fossem os problemas que este também está a enfrentar. Aos escândalos de corrupção, com o antigo tesoureiro a admitir em tribunal que houve uma contabilidade paralela no partido, soma-se um resultado negativo nas eleições catalãs, onde perdeu mais um deputado, e a contínua ameaça da extrema-direita do Vox..Numa tentativa de romper com o passado, Pablo Casado defendeu nesta semana a necessidade de vender a sede do partido em Madrid, o histórico edifício na Rua Génova, que acaba por estar ligado a inúmeros escândalos dos populares. Terá sido com dinheiro ilegal, por exemplo, que foram feitas as obras..No início deste mês, dias antes do começo do seu julgamento, o ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, enviou uma carta aos procuradores mostrando a sua "disponibilidade para colaborar com a justiça". Isto depois de, alegadamente, o PP ter faltado à promessa de que garantiria que a sua mulher não fosse condenada, desde que ele mantivesse o segredo. Ela foi condenada a 12 anos de prisão em dezembro..Bárcenas, ele próprio a cumprir uma pena de 29 anos de prisão por causa de um outro escândalo, admitiu agora que houve uma contabilidade paralela no partido entre 1990 e 2008, alimentada por donativos ilegais, e que esta serviu para pagar bónus a diferentes responsáveis, entre os quais o antigo líder, Mariano Rajoy. Este, segundo Bárcenas, estava informado desde o início de tudo e até chegou a destruir papéis que Bárcenas lhe tinha mostrado, sem saber que o contabilista tinha uma cópia..O líder do PP, Pablo Casado, acredita que este escândalo contribuiu para o mau resultado do PP nas eleições catalãs do passado fim de semana. E contribui também para a queda do partido no barómetro do Centro de Investigações Sociológicas de fevereiro, registando 18,8%, quase menos dois pontos percentuais do que em janeiro e ficando a quase 12 do PSOE. A juntar-se a isso, a extrema-direita do Vox continua a crescer, surgindo em terceiro lugar, com 13,6% das intenções de voto. Na Catalunha, o partido de Santiago Abascal estreou-se com 11 deputados no parlamento catalão, mais do que PP e Ciudadanos (o vencedor das anterior eleições) juntos..Em outubro, durante o debate da moção de censura apresentada pelo Vox ao primeiro-ministro Pedro Sánchez, Casado tinha tomado a decisão de marcar a diferença em relação ao partido de extrema-direita - cujo apoio lhe permite governar em algumas comunidades espanholas. "Votaremos não à sua candidatura à presidência do governo de Espanha. Porque dizemos não à rutura que você procura; não à polarização de que você precisa, como Sánchez, não a essa Espanha a cassetetes, a preto e branco, de trincheiras, raiva e medo", disse então Casado a Abascal. Desde então, não terão voltado a falar..Por seu lado o Ciudadanos, agora liderado por Inés Arrimadas, continua a tentar recuperar do descalabro eleitoral de novembro de 2019. Então, com Albert Rivera aos comandos, perdeu 47 deputados em relação ao escrutínio de abril de 2019, depois de ter rejeitado apoiar a investidura de Pedro Sánchez. Há agora rumores sobre uma eventual fusão com o PP, mas Arrimadas, que recusa demitir-se apesar de ter perdido 30 deputados na Catalunha, rejeita essa ideia.