Casa Branca barra entrada da CNN, BBC e New York Times
A Casa Branca impediu esta sexta-feira a entrada de jornalistas da CNN, BBC, The New York Times, LA Times, the New York Daily News e do Daily Mail. Os meios de comunicação iam cobrir os briefings diários feitos pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
O Washington Post revela, que além de impedir a entrada de alguns jornalistas, a Casa Branca proibiu a filmagem do briefing desta sexta-feira, destacando o facto de tudo ter acontecido ao 36º dia de Trump como presidente.
A CNN afirma que a Casa Branca já tinha avisado aos jornalistas que o brifieng de hoje seria substituído por uma pequena reunião no escritório de Spicer, que aconteceria às 13h45, (18h45 em Lisboa), e que à entrada do escritório, os funcionários da Casa Branca apenas deixaram entrar alguns jornalistas.
O New York Times acrescenta que foi autorizada a entrada de jornalistas da ABC, CBS, The Wall Street Journal, Bloomberg, e da Fox News e também de publicações conservadoras e de direita como o Breitbart News - que era gerido pelo agora conselheiro de Trump, Steve Bannon. O Independent conta que os funcionários da Casa Branca apenas deixavam entrar jornalistas de publicações que geralmente escrevem notícias positivas sobre a administração de Donald Trump.
Allie Malloy, produtora da CNN para a Casa Branca, contou no Twitter que foram barrados também o Politico, o Buzzfeed - que revelou o relatório completo sobre as supostas informações comprometedoras que a Rússia teria sobre Donald Trump - e vários órgãos da imprensa estrangeira.
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Em solidariedade e como forma de boicote, jornalistas da agência de notícias norte-americana AP e da revista Time recusaram-se a assistir ao briefing.
No Twitter, vários jornalistas dizem que Sean Spicer "escolheu a dedo" os jornais que podiam assistir ao briefing.
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A CNN já reagiu ao sucedido com uma mensagem publicada nas redes sociais. "Este é um desenvolvimento inaceitável por parte da Casa Branca de Trump. Aparentemente é assim que respondem quando reportamos factos de que eles não gostam", escreveu a CNN. "Vamos continuar a reportar".
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Por sua vez, o New York Times condenou a decisão da administração de Trump e falou da importância de uma imprensa livre.
"Protestamos fortemente a exclusão do The New York Times e de outras organizações de notícias. Acesso livre dos meios de comunicação a um governo transparente é obviamente crucial o interesse nacional", escreveu Dean Baquet, o editor executivo do jornal.
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Este incidente ocorre após vários ataques à imprensa por parte do presidente Trump nos últimos meses. Esta sexta-feira, Trump voltou a chamar os meios de comunicação social de "inimigos do povo" num discurso na Conferência de Ação Política Conservadora.
"Há uns dias eu chamei os meios de comunicação com notícias falsas de inimigos do povo e eles são", disse o presidente, segundo o Washington Post. "Eles são o inimigo do povo".
Na semana passada, Trump listou no Twitter os jornais que diz escreverem notícias falsas. Alguns destes meios de comunicação foram impedidos hoje de assistirem ao briefing.
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