As cartas que António Lobo Antunes escreveu à sua amada, Maria José, enquanto esteve destacado como médico do exército português na Guerra Colonial, são a grande inspiração do novo filme de Ivo M. Ferreira, Cartas da Guerra. Protagonizado pela mulher, a atriz Margarida Vila-Nova, e por Miguel Nunes, a longa-metragem nomeada para os Prémios Europeus de Cinema assinalou esta quarta-feira à noite a sua antestreia, no Cinema São Jorge, em Lisboa..Para Margarida Vila-Nova, "a Guerra Colonial ganha rosto depois deste filme". "Esta é uma época tão pouco falada, tão silenciada. São coisas que imaginámos e que agora se tornam concretas no cinema. E o cinema é eterno", frisa ao nosso jornal..Esta não é a primeira vez - "nem será a última" - que a atriz de 33 anos trabalha com o marido. Com ele, confessa, tudo fica mais fácil. " Somos uma boa equipa, somos cúmplices, somos bons colegas e respeitamos muito o trabalho um do outro, para além de sermos marido e mulher. Claro que isso torna os processos de trabalho mais fáceis". E Ivo Ferreira confirma: "É quase um descanso ter a Margarida num plateau, porque ela impõe uma fasquia elevada de respeito e de qualidade"..Ricardo Pereira, que durante o mês de setembro estará em Lisboa a gravar uma nova produção brasileira e portuguesa, Mulheres, com a atriz Paolla Oliveira, também integra o elenco de Cartas da Guerra.Além de destacar "a forma extraordinária como a voz da Margarida narra este filme", o ator defende, sem hesitar, que este "vai ficar para sempre guardado como um dos grandes filmes feitos em Portugal"..Entre os convidados que assistiram à antestreia destacaram-se o ator brasileiro Cauã Reymond, Maria João Bastos, Rita Ferro Rodrigues, Luís Esparteiro, Victoria Guerra, Joaquim Horta, Gabriela Sobral e, entre outros, Sofia Arruda..Cartas da Guerra chega às salas de cinema a 1 de setembro.