Carlos Moedas não é o candidato da má moeda
Carlos Moedas, ex-comissário europeu, que vai concorrer a Lisboa pelo PSD, não é, seguramente, o candidato da má moeda, de que falava Cavaco Silva. Trata-se de um nome forte, como diz Rui Rio, e está à altura da cidade e do partido que representa.
Moedas versus Medina titula hoje o DN, perspetivando luta de peso em Lisboa, a menina e moça, como tão bem cantava o saudoso Carlos do Carmo, que ainda há bem pouco nos deixou.
Com esta candidatura, bem melhor do que as propaladas de Poiares Maduro ou Baptista Leite, o PSD, embora podendo não ganhar a Medina, porque Lisboa vota quase sempre à esquerda, tem desde já assegurada uma figura de prestígio, que só contribuirá para dignificar e credibilizar a nossa política, por vezes tão seriamente abalada.
E tem também outra virtude - as eleições em Lisboa não serão, longe disso, um passeio para Fernando Medina, que terá de dar o seu melhor, para continuar à frente da capital.
Muito provavelmente, o PSD vai concorrer coligado com o CDS e o Iniciativa Liberal, já que o Chega foi excluído, e bem, destas coligações autárquicas.
Rui Rio foi bastante feliz na escolha de Carlos Moedas, pois cremos que evitará um mau resultado, ou, pelo menos, o resultado que os seus adversários internos desejariam, para o afastarem da liderança do PSD.
O espetro da vitória de Santana Lopes sobre João Soares e a eleição de Nuno Abecassis vão pairar em Lisboa nestas autárquicas de 2021. Com Carlos Moedas, a esquerda apanhou já um susto, o que não significa, porém, que vá perder.
Lisboa, essa, ganhará de certeza, porque terá eleições dignas, com os candidatos, pelo que conheço deles, a privilegiarem o debate sereno das ideias, em vez do insulto ou da ofensa.
É, sem dúvida, uma vitória da democracia portuguesa. Para Moedas e Medina, o primeiro de Beja, o segundo do Porto, a campanha para Lisboa dir-se-ia já ter começado. Veremos quem fica com as chaves da cidade. Medina é favorito, mas nunca há vitórias ou derrotas antecipadas.