Carlos Carvalhal deixou Swansea para ajudar os pais
De passagem por Inglaterra, onde passou num seminário de treinadores, Carlos Carvalhal assumiu em conversa com o The Times publicada este sábado que a decisão de deixar o Swansea e o futebol inglês no final da época passada foi sua.
"A três semanas antes do final da época, o meu pai estava doente, no hospital, e a minha mãe estava sozinha, por isso decidi sair do Swansea. Eu tinha de ajudar os meus pais. O presidente [Huw Jenkins] sabia que eu queria parar. Os donos americanos [Jason Levien e Steve Kaplan] perguntaram-me se eu estava disponível para continuar mas eu disse que tinha de parar", confessou o treinador português de 52 anos.
"Nunca pus o futebol à frente da minha família. Visitei o meu pai e a minha mãe e eles pareciam cansados porque eles também sentem a pressão. Eu disse ao presidente do Sp. Braga, 'eu não posso continuar porque a minha família é mais importante do que o meu futebol e eles estão muito insatisfeitos. Prefiro cancelar o contrato'. Sou um bom pai, mesmo que não esteja lá [Portugal] muito tempo. Nos momentos importantes, estou perto da minha família", prosseguiu, já preparado para voltar a Inglaterra.
"A saúde do meu pai já está melhor, por isso, estou preparado para recomeçar e, espero, na liga inglesa", admitiu Carvalhal, que admitiu ser um "explorador", algo que acredita estar no código genético dos portugueses. "É genético e geográfico. Estamos num canto da Europa, vamos descobrir diferentes lugares. Senti que essa era a minha missão", vincou.
Na mesma conversa, o treinador português admitiu conversar recorrentemente com José Mourinho e mostrou-se preocupado com "a obsessão do futebol moderno com os números" e se estar a privilegiar a produção de atletas "que correm muito, saltam muito, mas que não jogam futebol".
Carvalhal também abordou a carreira de Renato Sanches e comparou o trajeto do médio do Bayern Munique com o de Cristiano Ronaldo. "Ronaldo deixou o Sporting e foi para o Manchester United. Alex Ferguson tem muita experiência e sabia que tinha um jogador de 18 anos que joga muito bem em dois jogos, mas depois punha-o no banco no terceiro jogo, para baixar-lhe as expectativas. O Renato Sanches fez uma época no Benfica e depois foi por 45 milhões de euros [35 M mais bónus] para o Bayern e toda a gente criou grande expectativa, porque o dinheiro que ele custou faz a diferença. Ele é um rapaz ainda. As pessoas não percebem que, apesar com o dinheiro que ele custou, precisa de tempo para evoluir e adaptar-se", afirmou.