Carlos Bolsonaro. "Pela via democrática, Brasil não se transformará rapidamente"
"Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!".
A frase, escrita nas redes sociais, é do vereador carioca Carlos Bolsonaro, segundo dos cinco filhos do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, e gerou reações enérgicas.
"Não há como aceitar uma família de ditadores", reagiu Felipe Santa Cruz, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, que chegou a ser atacado recentemente por Jair Bolsonaro, que fez referências à morte do pai dele na ditadura. "É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega", desabafou o jurista ao jornal Folha de S. Paulo.
Políticos de esquerda, do PT, do PSOL, do PDT e de outras forças, repudiaram as declarações. O PSDB, de centro-direita, emitiu comunicado no mesmo tom.
Horas depois da publicação inicial, Carlos voltou a pronunciar-se. "Agora virei ditador?! Pqp! Boa noite a todos".
A família Bolsonaro é conhecida por elogiar o regime ditatorial militar que governou o país de 1964 a 1985. Carlos, em particular, fez-se notar no primeiro semestre ao atacar ministros do governo do pai, entretanto demitidos, como Gustavo Bebianno e Santos Cruz. Outro dos alvos mais comuns do vereador do Rio de Janeiro é Hamilton Mourão, vice-presidente que vai ocupar a presidência durante a convalescença de Jair Bolsonaro, operado pela quarta vez na sequência da facada de que foi alvo em campanha há cerca de um ano.