Capoulas Santos vai a Bruxelas propor novos apoios para leite e suinicultura

Ministro da Agricultura interpreta protestos marcados para esta segunda-feira como "manifestação de apoio" às suas posições em Bruxelas
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O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, participa esta segunda-feira no Conselho Europeu de Agricultura, em Bruxelas, levando um conjunto de propostas para reforçar o apoio aos produtores portugueses dos setores do leite e da carne de suíno.

"Após auscultação e recolha de contributos das fileiras do leite e da carne de suíno, o Ministro da Agricultura elaborou um conjunto de propostas que vai agora defender em Bruxelas, e que se dividem em medidas que respondam de imediato à crise conjuntural e medidas de médio/longo prazo para garantir a sustentabilidade de mercado", lê-se num comunicado divulgado no sábado pelo Ministério da Agricultura.

Na agenda de trabalho do encontro dos ministros da Agricultura da União Europeia (UE) constam os temas que mais preocupam os produtores portugueses, nomeadamente, as crises europeias nos setores do leite e da suinicultura.

Capoulas Santos vai debater com os seus homólogos, a Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento a eficácia das medidas de apoio aos mercados já adotadas e a necessidade de intervenções adicionais, como linhas de crédito, para os setores do leite, da suinicultura e dos legumes.

Está agendada também para hoje uma manifestação de agricultores, sendo esperados 500 manifestantes em Bruxelas. Em Portugal, produtores de leite e carne manifestam-se também em frente à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, em Matosinhos, Porto, "em defesa da produção nacional" e contra as "práticas comerciais abusivas" da grande distribuição.

O ministro da Agricultura, já em Bruxelas, disse interpretar os protestos de produtores de leite e de carne em Portugal como "uma manifestação de apoio às posições" que leva à reunião de ministros da União Europeia.

À chegada ao Conselho de Agricultura, Capoulas Santos indicou que leva várias propostas, que preparou previamente com as organizações do setor, disse ter noção de que "não é uma tarefa fácil" a que terá pela frente, pois uma maioria dos Estados-membros da UE defende outras soluções, mas garantiu que vai bater-se "pela defesa dos agricultores" portugueses, como sempre fez, pelo que entende os protestos em curso em Portugal como uma posição de apoio às propostas que leva a Bruxelas.

"Eu interpreto também o seu protesto como uma manifestação de apoio às posições que eu estou aqui a tomar, já que as posições que estou aqui a tomar são para os defender. E o facto de os agricultores estarem a protestar em Portugal, como estão hoje aqui a manifestar-se em Bruxelas, como se manifestaram em Helsínquia, como se manifestaram em Paris, como estão a manifestar-se noutros pontos na Europa, demonstra aos governos e à Comissão Europeia que há um problema e que esse problema tem de ser resolvido ou temos de encontrar soluções para pelo menos o suavizar", disse.

"Portanto, eu interpreto a posição dos agricultores portugueses como uma posição de apoio às minhas posições, já que estou aqui a defende-los", reforçou, quando questionado sobre uma manifestação agendada para hoje em Portugal de produtores de leite e de carne, anunciada como "a maior alguma vez realizada pelo setor em Portugal".

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