Onze anos depois da promulgação do Affordable Care Act (ACA), que deu a 20 milhões de norte-americanos acesso a cuidados de saúde, Joe Biden tomará posse num país devastado pela pandemia de covid-19 em que as limitações do sistema de saúde ficaram à vista de todos. O presidente cessante, Donald Trump, não conseguiu cumprir a promessa de "repelir e substituir o Obamacare" mas foi capaz de o estropiar, através de regulações e ações administrativas. É isso que a organização State of Reform espera que Biden faça, mas no sentido inverso.."A primeira prioridade será reverter muitas das políticas da atual administração", explicou James Capretta numa nota. "Além de fortalecer o ACA, a administração Biden vai pôr na gaveta as orientações da era Trump, que encorajaram os estados a impor requisitos de trabalho e bloquear concessões na Medicaid.".Depois haverá políticas direcionadas a baixar os custos dos medicamentos, que são dos mais elevados do mundo ocidental, e a restringir as contas inesperadas dos médicos, que advêm da falta de transparência do sistema. Mas a grande promessa de Biden, que poderá ter feito a diferença na sua nomeação, é introduzir uma opção de serviço público de saúde. A proposta deverá encontrar grande resistência por parte dos republicanos e isso significa que um pacote legislativo aprofundado e progressista terá dificuldades em passar nas duas câmaras do Congresso..O caos provocado pela pandemia - com milhões de pessoas a perderem o seguro de saúde quando ficaram desempregadas - significa que há agora mais abertura para mudanças. Biden trabalhou com Bernie Sanders numa agenda para a reforma do sistema, e embora as propostas não sejam tão progressistas como o senador de Vermont queria, representam progresso nessa direção..É também isso que pede a Associação Americana de Saúde Pública (APHA, na sigla inglesa). "Depois de um ano de 2020 muito desafiante para todos nós, 2021 oferece a oportunidade de desenvolver uma visão clara e brilhante do que temos pela frente", disse o diretor executivo, Georges C. Benjamin, no lançamento do novo ano. "Comprometemo-nos a trabalhar com o 117.º Congresso e a administração Biden para promover e adotar políticas que protegem e fortalecem o sistema de saúde público.".Para este ano, a APHA selecionou cinco prioridades que tocam em vários aspetos da agenda do próprio Biden: financiar o combate à covid-19, proteger o ACA, reverter políticas de Trump, combater o racismo estrutural e abordar os impactos da crise climática na saúde..A organização salientou a necessidade de assegurar um reforço do financiamento para lidar com a pandemia de covid-19, incluindo a logística de vacinação, e isso é algo que tanto Biden como o seu próximo diretor do Conselho Económico Nacional, Brian Deese, disseram que vão pedir ao Congresso..Também será prioridade da organização a reversão do que considera terem sido "retrocessos prejudiciais" da administração Trump, com medidas de enfraquecimento "do desenvolvimento de salvaguardas de saúde pública baseadas em evidências que protegem o ar e a água, garantem a segurança dos trabalhadores, protegem as comunidades da exposição a substâncias tóxicas, proporcionam às crianças refeições mais saudáveis na escola e garantem o acesso aos serviços de saúde reprodutiva"..Outro dos propósitos será "desmantelar o racismo estrutural através de conversas brutalmente honestas, mudanças nas políticas e nas práticas, e pelo seu reconhecimento como uma força motriz de determinantes sociais de saúde e causa de resultados díspares para comunidades de cor".
Onze anos depois da promulgação do Affordable Care Act (ACA), que deu a 20 milhões de norte-americanos acesso a cuidados de saúde, Joe Biden tomará posse num país devastado pela pandemia de covid-19 em que as limitações do sistema de saúde ficaram à vista de todos. O presidente cessante, Donald Trump, não conseguiu cumprir a promessa de "repelir e substituir o Obamacare" mas foi capaz de o estropiar, através de regulações e ações administrativas. É isso que a organização State of Reform espera que Biden faça, mas no sentido inverso.."A primeira prioridade será reverter muitas das políticas da atual administração", explicou James Capretta numa nota. "Além de fortalecer o ACA, a administração Biden vai pôr na gaveta as orientações da era Trump, que encorajaram os estados a impor requisitos de trabalho e bloquear concessões na Medicaid.".Depois haverá políticas direcionadas a baixar os custos dos medicamentos, que são dos mais elevados do mundo ocidental, e a restringir as contas inesperadas dos médicos, que advêm da falta de transparência do sistema. Mas a grande promessa de Biden, que poderá ter feito a diferença na sua nomeação, é introduzir uma opção de serviço público de saúde. A proposta deverá encontrar grande resistência por parte dos republicanos e isso significa que um pacote legislativo aprofundado e progressista terá dificuldades em passar nas duas câmaras do Congresso..O caos provocado pela pandemia - com milhões de pessoas a perderem o seguro de saúde quando ficaram desempregadas - significa que há agora mais abertura para mudanças. Biden trabalhou com Bernie Sanders numa agenda para a reforma do sistema, e embora as propostas não sejam tão progressistas como o senador de Vermont queria, representam progresso nessa direção..É também isso que pede a Associação Americana de Saúde Pública (APHA, na sigla inglesa). "Depois de um ano de 2020 muito desafiante para todos nós, 2021 oferece a oportunidade de desenvolver uma visão clara e brilhante do que temos pela frente", disse o diretor executivo, Georges C. Benjamin, no lançamento do novo ano. "Comprometemo-nos a trabalhar com o 117.º Congresso e a administração Biden para promover e adotar políticas que protegem e fortalecem o sistema de saúde público.".Para este ano, a APHA selecionou cinco prioridades que tocam em vários aspetos da agenda do próprio Biden: financiar o combate à covid-19, proteger o ACA, reverter políticas de Trump, combater o racismo estrutural e abordar os impactos da crise climática na saúde..A organização salientou a necessidade de assegurar um reforço do financiamento para lidar com a pandemia de covid-19, incluindo a logística de vacinação, e isso é algo que tanto Biden como o seu próximo diretor do Conselho Económico Nacional, Brian Deese, disseram que vão pedir ao Congresso..Também será prioridade da organização a reversão do que considera terem sido "retrocessos prejudiciais" da administração Trump, com medidas de enfraquecimento "do desenvolvimento de salvaguardas de saúde pública baseadas em evidências que protegem o ar e a água, garantem a segurança dos trabalhadores, protegem as comunidades da exposição a substâncias tóxicas, proporcionam às crianças refeições mais saudáveis na escola e garantem o acesso aos serviços de saúde reprodutiva"..Outro dos propósitos será "desmantelar o racismo estrutural através de conversas brutalmente honestas, mudanças nas políticas e nas práticas, e pelo seu reconhecimento como uma força motriz de determinantes sociais de saúde e causa de resultados díspares para comunidades de cor".