O concurso para a atribuição de habitação a preços acessíveis a residentes nas freguesias de Santa Maria Maior, Santo António, São Vicente e Misericórdia, na zona histórica da cidade, é dirigido especificamente aos moradores em risco comprovado de perda de habitação. ."Habitar o Centro Histórico" é um programa que envolve uma bolsa de 100 fogos de património municipal nestas quatro freguesias e foi criado para responder à pressão imobiliária que atinge estes moradores desde a entrada em vigor da "lei das rendas" e o crescimento do turismo.."Será um pouco mais de 100 fogos, num investimento total de dois milhões de euros. Neste momento estão cerca de 70 em obra, um já concluído, os outros a concluir. Até ao final do ano todas as obras estarão concluídas. E quero deixar aqui uma mensagem: neste momento, o concurso está aberto para as pessoas poderem concorrer, poderem-se inscrever e poderem habilitar-se a ter uma destas habitações", afirmou Fernando Medina aos jornalistas após visitar algumas destas casas em requalificação, na freguesia de Santa Maria Maior..Para o autarca de Lisboa, este programa é "importante" também devido ao momento que a cidade vive.."Este programa consiste em mobilizarmos todo o património da Câmara de Lisboa, mais de 100 frações, mais de 100 habitações estão a ser reabilitadas para as pessoas de mais baixos rendimentos que moram no centro histórico e estão em risco de perder a sua casa, por causa da lei do arrendamento, por causa das circunstâncias da economia da cidade, por causa das suas próprias circunstâncias de vida, o que queremos dizer a essas pessoas é dar-lhes uma garantia de que encontrarão aqui uma solução por parte da Câmara de Lisboa", frisou Medina..O presidente Câmara de Lisboa salientou que este património municipal não é para ser vendido nem para ser arrendado a preços de mercado.."É para ser disponibilizado às pessoas que, tendo mais dificuldades e em risco de perder a sua habitação, possam continuar a morar nas suas casas, ter uma casa própria, nos seus bairros, no bairro que muitas vezes é o bairro da sua vida, e contribuímos assim para uma função social da maior importância, mas também para o equilíbrio do que é o desenvolvimento destes bairros históricos e estamos num dos principais, que é o de Alfama", afirmou o autarca..Questionado se este programa pode ser alargado a outras freguesias, Fernando Medina admitiu essa possibilidade.."Nós avaliamos essa possibilidade, embora estas freguesias, do centro histórico, sejam aquelas onde nós temos mais património disponível. As freguesias não têm todas a mesma pressão, do ponto de visa das dinâmicas que se estão a fazer sentir na cidade. Mas nós ponderamos poder fazer esse largamento, em particular à freguesia de Arroios, que é a fronteira norte com a freguesia de Santa Maria Maior, mas neste momento estamos a fazer este concurso, para estas freguesias com estas habitações", indicou o presidente da Câmara de Lisboa.