As declarações fazem parte de uma entrevista ao opositor egípcio realizada pelo diário austríaco Der Standard, que será publicada no sábado. "Não vou candidatar-me (às eleições). O melhor que posso fazer é ser um agente de mudança. Sou um gestor da mudança. Desta forma mantenho-me acima dos partidos, o que me dá uma maior flexibilidade para expressar as minhas ideias", assegurou o antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). "É claro que gostaria de ser parte (da mudança) no futuro. Mas agora não é isso que é importante", acrescentou..Entretanto, em declarações ao canal Al-Jazira, ElBaradei mostrou outra abertura a uma possível candidatura presidencial. "Não tenho qualquer objecção em ser candidato à presidência se o povo me pedir", afirmou o opositor egípcio ao canal árabe, citado pela agência noticiosa francesa AFP. "Mas a minha primeira prioridade é, neste momento, uma transição para um regime democrático no Egipto", acrescentou..ElBaradei, que regressou na semana passada ao Cairo para juntar-se à onda de contestação contra o regime do Presidente egípcio Hosni Mubarak, indicou ainda na entrevista ao jornal Der Standard que está nas mãos do chefe de Estado abandonar o poder "com dignidade". "O que esperamos é que Mubarak ouça finalmente o seu povo e compreenda o que o povo grita de forma clara: ele perdeu a sua legitimidade e deve renunciar", defendeu, em declarações ao título austríaco..ElBaradei realçou ainda que "o regime apenas luta para sobreviver" e não há muito para negociar com os representantes de Mubarak, uma vez que não se dão conta "do que supõe uma autêntica mudança e uma verdadeira democracia".