Cancros uterinos desenvolvem-se em células específicas

A maior parte, senão todos os cancros uterinos, provocados frequentemente pelo vírus do papiloma humano, desenvolvem-se em células específicas situadas numa única região do colo do útero, revela um estudo internacional hoje publicado nos EUA.
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A descoberta, publicada na edição desta semana da revista Anais da Academia Nacional Americana de Ciências, poderá, segundo os investigadores, permitir aos médicos distinguirem, nas lesões pré-cancerígenas do colo do útero, as células benignas das que são potencialmente perigosas e, desta forma, optarem pelo tratamento mais adequado.

Além disso, defendem, as células específicas poderão possibilitar a melhoria da investigação sobre o cancro do colo do útero.

"Descobrimos uma população de células distintas, todas situadas numa zona específica do colo do útero, que poderão ser responsáveis pela maior parte, senão todos os cancros resultantes de uma infeção com o vírus do papiloma humano", referiu, citado pela agência AFP, um dos co-autores do estudo, Christopher Crum.

O vírus do papiloma humano é o principal agente do cancro do colo do útero, com dois tipos de vírus a causarem cerca de 70 por cento dos casos.

Os autores da investigação concluíram que as células têm uma assinatura genética única, presente igualmente nas células cancerígenas agressivas do colo do útero.

Uma vez retiradas do colo do útero, as células não se regeneram, abrindo a via para um novo método de prevenção.

"Retirar as células nas mulheres muito jovens, antes de estarem expostas a uma infeção do vírus do papiloma humano ou a lesões pré-cancerígenas, poderá reduzir o risco de cancro uterino", salientam os cientistas em comunicado, ressalvando que "são necessárias investigações suplementares para avaliar os benefícios e os riscos de uma possível terapia preventiva".

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