Camargo Corrêa pagou luvas a políticos
Segundo o jornal Folha de São Paulo, que cita um relatório da Polícia Federal, o grupo pagou pelo menos 2,9 milhões de reais (1,2 milhões de euros) a partidos políticos no Estado do Pará, região Norte do Brasil.
Segundo o jornal, os pagamentos da Camargo beneficiaram o Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula da Silva, e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), também aliado do actual Governo.
A Polícia Federal encontrou os registos dos pagamentos em arquivos digitalizados apreendidos a Pietro Bianchi, um dos directores da Camargo Corrêa, no âmbito da operação Castelo de Areia, acrescenta o Estado de S. Paulo.
O pagamento, cujo registo foi feito a 15 de Maio de 2008, teria beneficiado directamente o presidente do Senado, senador José Sarney, um dos líderes do PMDB e que considerou um "insulto" o relatório policial.
O Partido dos Trabalhadores também negou as acusações, bem como a construtora.
Contactada hoje pela agência Lusa, fonte oficial do grupo Camargo Corrêa disse que não se vai pronunciar sobre as notícias do jornal Estado de S. Paulo.
A Operação Castelo de Areia, iniciada em Março de 2009 pela Polícia Federal, investiga supostos crimes financeiros atribuídos a executivos da Camargo Corrêa.
Um dos resultados da operação foi uma acção penal por remessa ilegal de dinheiro ao estrangeiro contra três directores do grupo, iniciada por um tribunal de São Paulo, mas suspensa temporariamente pelo Superior Tribunal de Justiça de Brasília.
Na justificativa para a suspensão temporária da acção penal, o presidente do STF, ministro César Asfor Rocha, afirmou que a investigação policial contra os executivos está fundamentada em documentação apócrifa.
O grupo Camargo Corrêa apresentou uma proposta de fusão de activos no sector de cimentos com a Cimpor para formação de um grupo global, com capacidade de produzir 51 milhões de toneladas de cimento por ano, em 16 países.