"Se não tomarem essa iniciativa, teremos de agir. Faremos aquilo que na altura se verificar necessário", explicou Maria da Luz Rosinha (PS) em declarações à agência Lusa..Questionada sobre se isso implica o recurso à força policial, esclareceu: "A polícia não mete medo a ninguém. É uma autoridade para fazer cumprir aquilo que voluntariamente as pessoas não cumprem. A polícia funcionará, mas espero que isso não aconteça, já que seria uma situação limite.".Nesse sentido, apelou a que os moradores saiam das habitações tão breve quanto possível. "Hoje seria ótimo", frisou..O município vai notificar, durante a tarde e noite desta terça-feira, os moradores, o advogado do condomínio, os proprietários e o tribunal da deliberação tomada na segunda-feira pelo executivo municipal, que se sobrepõe à providência cautelar interposta pelas famílias na semana passada, a qual suspendeu provisoriamente o despejo ordenado pelo município em outubro.."Com a deliberação que tomamos ontem [segunda-feira], aquilo que era a suspensão da deliberação anterior, fica sem efeito e nós avançamos para que as pessoas saiam de lá [prédio]. Quanto à questão da providência cautelar no seu todo, iremos prestar as informações ao tribunal de acordo com os prazos legais estabelecidos", esclareceu Rosinha..A autarca assegura ajuda às famílias que não tenham para onde ir.."Se houver alguma situação de pessoas que não tenham nenhuma solução por si, a câmara deve ser contactada, de forma individual ou pelo condomínio, de maneira a analisar a situação e tomar-se uma decisão. Mas, até ao momento, ainda não fomos contactados por nenhuma das famílias"..A câmara vila-franquense decidiu executar o despejo das nove famílias que habitam o lote 1, do Bloco B, da encosta do Monte por estar em causa a segurança de pessoas e bens, com base no último relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).."Face à gravidade da situação, confirmada pelo relatório do LNEC emitido hoje [segunda-feira], a Câmara Municipal deliberou, por unanimidade, que a não execução daquela deliberação [o despejo dos moradores] seria gravemente prejudicial para o interesse público, por estar em causa a segurança de pessoas e bens, pelo que, a câmara irá executá-la", explicou a autarquia, na noite de segunda-feira, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.."No relatório vem um acentuado enfoque, depois das últimas medições, em relação ao lote 2 [desabitado], que é propriedade da Bolsimo [fundo de investimento], que reunirá amanhã [quarta-feira] o seu conselho de administração e que decidirá se vai demolir de forma controlada o edifício ou se vai intervir nas fundações", explicou a autarca..Um outro relatório do organismo público, datado de julho, recomendava a retirada das famílias que residem no lote 01 - dos 12 apartamentos, nove encontram-se habitados -, já que o imóvel do lado, desabitado (lote 2), ameaça ruir e provocar a derrocada do outro lote.