Câmara de Lisboa reforça segurança em zonas com "elevada afluência de pessoas"
A Câmara de Lisboa está a reforçar a segurança nas zonas onde se concentra maior número de pessoas. Em comunicado avançado no site da autarquia, a Câmara informa que "está a proceder ao reforço da instalação de medidas passivas de segurança na via pública, tendo em vista melhorar a proteção em zonas com elevada afluência de pessoas".
Na mesma nota, a autarquia informa que o objetivo é "assegurar soluções compatíveis com o acesso rápido para eventuais operações de socorro, em particular por parte de bombeiros e ambulâncias".
A intervenção está a ser feita em coordenação com a PSP, na zona do Chiado, Rua Augusta e Mosteiro dos Jerónimos.
Ainda que o comunicado da Câmara de Lisboa não o refira, o reforço das medidas de segurança estará relacionado com o duplo atentado ocorrido esta semana na Catalunha, em Barcelona e na estância balnear de Cambrils. Em ambas as ocasiões, um veículo acelerou contra os transeuntes na via pública.
Nas Ramblas, em Barcelona, morreram 13 pessoas - duas das quais de nacionalidade portuguesa - e cerca de uma centena ficaram feridas. Em Cambrils, uma mulher morreu na sequência dos ferimentos.
Na sequência dos atentados na Catalunha, tanto o Governo como o Presidente da República já disseram que Portugal não elevará o nível de alerta, por não haver necessidade.
Em declarações à RTP, junto ao Mosteiros dos Jerónimos, o vereador do Espaço Público, Manuel Salgado, afirmou que "isto já estava a ser estudado há tempos".
"Não nego que neste momento foi acelerada a instalação deste dispositivo em vários locais, principalmente nos locais que têm maior concentração de pessoas, sejam turistas, sejam nacionais, e que são zonas que são potencialmente mais perigosas", advogou o autarca do município de maioria socialista.
O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP explicou à Lusa que as medidas passam pela "colocação de objetos pesados e de grandes dimensões que impeçam a passagem de viaturas nestas zonas".
Estas medidas surgem poucos dias depois de a região da Catalunha, Espanha, ter sido alvo de dois ataques terroristas, que fizeram um total de 14 mortos e 135 feridos, com a utilização de viaturas que atropelaram pessoas indiscriminadamente.
A facilidade com que a furgoneta que na quinta-feira percorreu metade das Ramblas, onde entrou desde a Praça da Catalunha, em Barcelona, tem sido apontada como uma falha na segurança por populares e organizações.
Esta questão foi rejeitada pela presidente da Câmara de Barcelona, que defendeu que não seria possível evitar um atentado como o de quinta-feira, porque se houvesse barreiras, os terroristas teriam conseguido entrar por outro lado.
Com Lusa