Cajuda regressa para tentar colocar o Ac. Viseu na I Liga
Cinco anos depois, e após passagens pelos campeonatos de Tailândia, Emirados Árabes Unidos e China, Manuel Cajuda, 66 anos, está de regresso ao futebol português para treinar o Académico de Viseu, atual sétimo classificado da II Liga, com o qual assinou um contrato válido por uma temporada e meia.
Cajuda foi o eleito da SAD do clube viseense para suceder a Francisco Chaló (foi curiosamente ontem anunciado no Leixões), que deixou o comando da equipa nesta semana, e mostrou-se ambicioso na altura de enumerar os objetivos para o que resta da temporada. "Na próxima época quero estar a treinar o Académico na I Divisão. No entanto, a II Liga é hoje mais forte e equilibrada do que era há uns anos", atirou, estabelecendo assim como meta tentar que o emblema de Viseu volte ao convívio com os grandes 30 anos depois da última vez.
Há segunda foi de vez, pois na temporada passada o Académico de Viseu já tinha tentado contratá--lo. Mas uma proposta financeiramente tentadora da China fê-lo recusar o convite do presidente António Albino. "Fiquei com vontade de um dia vir para Viseu. Quando o presidente me ligou, achei que era a hora de voltar e muito me honrou que se tivesse voltado a lembrar de mim", frisou ontem o treinador, que tem no currículo 506 jogos na principal Liga portuguesa e subiu três equipas à primeira divisão - Torreense (1990-91), União de Leiria (1993-94) e Vitória de Guimarães (2006-07).
Ontem, durante a apresentação, quando lembrou as subidas de divisão, o técnico português equivocou-se e falou em quatro promoções à Liga. Na realidade foram três, pois ao serviço do Louletano, na temporada 1989-90, falhou esse objetivo. E dez anos depois, já no Belenenses, deixou o cargo em novembro.
Champions com o V. Guimarães
Manuel Cajuda é um dos treinadores portugueses mais experientes, com um total de 506 jogos na I Liga (o recorde ainda pertence a Fernando Vaz, com 626). Uma das suas melhores épocas de sempre foi em 2007-08, quando ao serviço do Vitória de Guimarães terminou o campeonato num brilhante terceiro lugar, apurando a equipa minhota para a Liga dos Campeões. E também fez um trabalho meritório no Sporting de Braga.
Antes de rumar à China há cinco anos, o técnico já tinha tido outras experiências no estrangeiro, a primeira em 2005-06, quando treinou os egípcios do Zamalek. E entre 2009 e 2011 orientou o Al Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos. Por isso mesmo, numa recente entrevista ao semanário Expresso, disse que se sentia quase como "um cidadão do mundo".
O último projeto em Portugal tinha sido o Olhanense, o clube da sua terra, na temporada 2012-13, onde curiosamente foi despedido no Dia do Trabalhador, 1 de maio. Saiu em litígio com o presidente Isidoro Sousa, reclamando salários em atraso.
Manuel Cajuda foi uma escolha pessoal do presidente António Albino, que disse ontem durante a cerimónia de apresentação do técnico que a subida de divisão do emblema viseense continua a ser "um objetivo", até porque o clube está a apenas a um ponto dos lugares de promoção (o primeiro classificado é o FC Porto, que está impedido de subir), garantindo que no Académico "não se atira a toalha ao chão".
A estreia está agendada já para o próximo domingo, diante do Benfica B (atual 10.º classificado da II Liga), no Seixal. E Cajuda quer entrar com o pé direito.