Caitlyn Jenner: "Chegou a hora de fazer viver a mulher que existia em mim"
Se a primeira temporada do reality show I Am Cait revelou as dificuldades que Caitlyn Jenner enfrentou após ter concluído a mudança de sexo, a segunda temporada, que se estreou no passado dia 13 no canal E!, já começou a dar que falar, mas por questões relacionadas com a política. Isto porque a antiga campeã olímpica afirmou que o pré-candidato à presidência dos EUA Donald Trump "será uma mais valia para questões relacionadas com as mulheres". Por outro lado, considerou que uma possível eleição de Hillary Clinton conduzirá os Estados Unidos "à ruína" e frisou que jamais votaria na pré-candidata democrata.
Numa entrevista concedida ao canal E! e a que o DN teve acesso, Caitlyn Jenner falou sobre a polémica conversa que teve durante uma viagem pelos EUA e que foi captada pelas câmaras. "Aparentemente eu era a única republicana naquele autocarro e estava rodeada de mulheres que não paravam de disparar perguntas", começou por explicar, acrescentando que o momento "abriu uma discussão política" no programa.
As declarações de Caitlyn Jenner, de 66 anos, não tardaram em ultrapassar a fronteira do reality show e geraram críticas de quem considera Donald Trump misógino. Em entrevista ao E!, a ex-mulher de Kris Jenner foi mais comedida e revelou que ainda não sabe bem o que esperar do pré-candidato republicano. "Oiço-o a falar, ele diz que será uma mais-valia para as questões relacionadas com as mulheres, mas não explica como. Por isso não sei. Vamos ver o que acontece".
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Mas a segunda temporada de I Am Cait não se irá esgotar nos assuntos políticos. Nos novos episódios, que já começaram a ser exibidos em Portugal, a estrela de reality tv vai contar com a companhia de outras personalidades transexuais - Candis Cayne, Jennifer Finney Boylan e Chandi Moore -, que irão passar por Los Angeles, Grand Canyon, Tulsa, Kansas e Nova Orleães.
Depois de ter atravessado um período difícil da sua vida devido ao seu processo de transformação, Caitlyn Jenner tem a certeza de que tomou a decisão certa. "Chegou a hora de fazer viver a mulher que existia dentro de mim. É a oportunidade de fazê-la viver. Vamos ver o que é que ela faz com a vida", salientou.
Questionada sobre aquilo que mudou na sua vida desde que decidiu trocar a identidade masculina pela feminina, Caitlyn Jenner realçou que é um alívio poder acordar de manhã e sentir-se "verdadeiramente feliz". "É um sentimento maravilhoso. Essa foi a parte positiva da transformação". Mas nem tudo foi fácil. Para o padrasto de Kim Kardashian, a parte mais desafiante deste processo foi entrosar-se na comunidade LBGT. "Há nove meses eu nem sequer conhecia nenhum transexual. Não fazia ideia daquilo que me esperava".
A protagonista de I Am Cait confessou que "despedir-se" de Bruce Jenner, a sua identidade masculina, também foi doloroso. "O Bruce foi uma pessoa maravilhosa, fez várias coisas boas, teve uma vida extraordinária, com filhos fantásticos. Quando mudamos de nome, mudamos de género e essas coisas, sabemos no fundo do nosso coração que é a decisão certa, mas por vezes sinto que o deitei [Bruce Jenner] fora. E isso custa muito".
Depois de ter feito parte do reality show Keeping Up With the Kardashians durante vários anos, Caitlyn Jenner já não tem problemas em lidar com as câmaras. A ex-campeã olímpica até expressou a sua ambição de que I Am Cait ultrapasse fronteiras. "Adorava ter a oportunidade de [viajar] internacionalmente com este programa por diferentes países e perceber de que forma é que são tratadas as questões relacionadas com a comunidade LGBT".
Candis Cayne, uma das transexuais que acompanha Caitlyn Jenner nesta segunda temporada, falou precisamente sobre a importância deste formato para os jovens transgénero em todo o mundo. "Todos os dias recebemos e-mails de jovens transexuais de países como a Austrália que nos dizem que se sentem sozinhos e que o programa faz com que sintam que existe alguém que os compreende Esse é o lado mais extraordinário desta experiência".