Cadáveres nas ruas e tiroteio quase contínuo em Tripoli
Veja aqui a reportagem da Al-Jazeera sobre os tomultos em Tripoli.
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A situação em Tripoli é de extrema tensão, com cadáveres espalhados pelas ruas e disparos de artilharia pesada ouvidos em várias zonas da capital da Líbia, indicaram hoje testemunhas citadas pela agência EFE. A agência cita residentes em diferentes bairros de Tripoli a indicarem que o som de tiroteio é quase contínuo e que são também ouvidos tiros de artilharia pesada.
No centro de Tripoli vários edifícios do governo foram incendiados hoje de madrugada por manifestantes que exigem o afastamento de Muammar Kadhafi, no poder há 41 anos, noticiou a televisão árabe Al-Arabiya.
Os tiros foram sentidos especialmente no bairro residencial de Ben Achur, de classe alta, onde a noite de domingo "foi um inferno", segundo disse, em declarações à EFE, uma habitante desta zona. "Todo o bairro ficou sem eletricidade e ouviam-se tiros na rua", afirmou a mesma testemunha, que trabalha para uma grande organização internacional.
Em outra zona residencial, a cerca de nove quilómetros do centro de Tripoli, foram ouvidos tiros de artilharia pesada, segundo os habitantes desta área, onde um filho de Muammar Kadhafi e vários conselheiros do regime têm casa.
Na avenida Gargares, a principal do centro de Tripoli, os tiros também são ouvidos de forma constante, acontecendo o mesmo no bairro de Garabuli, também no centro da capital.
Um trabalhador de uma empresa petrolífera, que foi hoje retirado da capital, disse à EFE ter visto a caminho do aeroporto "vários cadáveres abandonados nas ruas", uma informação que foi confirmada por outros habitantes.
De acordo com a cadeia de televisão árabe Al-Jazira, que cita testemunhas em Tripoli, aviões e helicópteros bombardearam hoje manifestantes em várias zonas da capital líbia. O canal de televisão avança ainda que terão morrido pelo menos 250 pessoas.
Segundo a organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, 233 manifestantes foram mortos, número que as autoridades negam, confirmando apenas a morte de 84 pessoas. Outra organização, a Federação Internacional das Ligas de Direitos Humanos (FIDH), referiu que, desde o início do movimento de revolta popular na Líbia, morreram entre 300 e 400 pessoas.