C3. "Best-seller" mais apurado
Originalidade e ousadia, a par com o conforto são características do ADN Citroën. Juntem-se-lhes a hoje imprescindível preocupação com a tecnologia, nos domínios da segurança e da conectividade, e temos a receita do novo C3.
A terceira geração do "best-seller" da marca francesa é um produto que inova na imagem e propõe outra maneira de viver num compacto de características urbanas e com o suficiente para servir uma pequena família. E as escolhas, em termos de motores e equipamentos, que permitem satisfazer alargado leque de gostos e necessidades.
Muito diferente, abandonada a silhueta arqueada, frente concebida em dois planos, os LED elevados numa barra a cortar o capô, grupos óticos alinhados na vertical, bem separados da grelha e das entradas de ar (promete ser novo rosto de família, no desenvolvimento do novo Picasso), traseira "cheia" e simples, o cinco portas ganhou corpo e apresenta proporções muito equilibradas. Parece talhado para um público mais jovem, até porque as possibilidades de personalização oferecem escolhas interessantes, a partir do tão na moda bitom, um tejadilho de cor diferente - vermelho, preto ou branco, solução que origina 36 combinações!
Heranças do Cactus
Por dentro, a noite e o dia, quando nos lembramos do velho C3. Lá está o grande ecrã tátil (7"), estilo tablet, a dominar o ambiente, num tablier de conceção horizontalizada, ao estilo do Cactus que, aliás, traz outras heranças, como os puxadores das portas ao estilo da pega de mala. Pena a simplificação ainda levada ao limite dos comandos do ecrã. Questão de hábito, claro, mas a Peugeot já fez mudanças - para melhor...
O plástico negro, menos dúctil do que seria desejável, propenso a riscos, é omnipresente e uma barra de tecido (pode ser de pele, segundo o nível de acabamento) dá vida ao conjunto. A qualidade satisfaz, sem surpreender. Respira-se, no entanto, algum conforto, sobretudo porque os bancos, largos, são cómodos e os tecidos dos revestimentos agradáveis ao toque e à vista. Também aqui há quatro escolhas para ajudar à diferença. Mas tudo seria ainda melhor se o passageiro da frente contasse com uma pega para se agarrar e suster o efeito dos balanceamentos normais. É uma falta incompreensível! Um enorme porta-luvas, espaço q.b. na consola, bolsas nas portas (traseiras também) oferecem espaço suficiente espaço para arrumos no habitáculo.
A bagageira com 300 litros (há kit anti-furo) cumpre com as exigências num carro que ganhou espaço para as pernas dos passageiros do banco traseiro (+22 mm) e que em termos de habitabilidade merece reparo quando um adulto ali sentado pretende sair e percebe que tem de baixar a cabeça para vencer o batente da porta.
A mesma base
O que não mudou foi a plataforma, sujeita, no entanto, a algumas afinações que ajudam a fruir a condução do C3. O comportamento em curva inspira confiança e o que mais cativa é o acerto da afinação para equilibrar a eficácia e o amortecimento que resulta num carro de conforto acima da média. Uma tradição respeitada. A nova direção assistida, na medida certa, facilita o envolvimento na condução.
As motorizações vão assentar em dois motores, o três cilindros 1.2 PureTech a gasolina (68/82/110 cv) e o 1.6 BlueHDI (75/100 cv). O primeiro, a partir de Fevereiro, contará com uma transmissão automática de seis velocidades, e todos dispõem de caixa manual de cinco velocidades. Registe-se que as soluções de travagem dependem da motorização: quatro discos só nas versões de 110 cv.
No primeiro contacto com o C3 conduzimos o mais musculado e o menos potente da família PureTech. As diferenças são naturais, em comum apenas o facto de o motor ser mais audível do que esperávamos. Com duas pessoas a bordo, o menos potente cumpre com as necessidades de quem pretenda um automóvel suficientemente despachado e honesto; a versão de 110 cv com caixa automática é uma surpresa, sobretudo pela resposta da transmissão que leva o prazer e a facilidade de condução para níveis superiores. Vale bem os 1500 euros de acréscimo no preço e aquilo que se paga a mais pelo aumento do consumo!
Bom recheio
Live, Feel e Shine são as designações dos três níveis de equipamento propostos. O coração da oferta vai assentar na oferta do meio, um acréscimo de 1200 euros sobre o preço base, mas a traduzir diferença significativa, desde logo através do ar condicionado (manual), retrovisores elétricos, sistema áudio MP3 com Bluetooth, entrada USB e comandos no volante, este com inserções cromadas. Por fora também muda, através dos alargadores dos guarda-lamas e dos LED diurnos, pormenores que alteram significativamente a imagem.
O esforço para o Shine paga-se com mais 2100 euros e só a partir da motorização de PureTech de 82 cv. A oferta, que se distingue logo pele pintura bitom, é então completa, surgem o ecrã tátil, ar condicionado automático e o volante em pele. Ainda os airbumps (almofadas anti-choque nas portas) quatro vidros elétricos, faróis automáticos, reconhecimento dos painéis de velocidade e sistema de adaptação inteligente aos limites recomendados, câmara de visão traseira e o sistema de informação, auxílio e emergência (Citroën Connect Box).
Uma novidade
Uma câmara HD que regista fotos ou imagem com lente angular de 120º, conectável com o smartphone e que permite capturar, sob a forma de imagens ou vídeos, instantes da vida e partilhá-los nas redes sociais de modo imediato ou apenas para os manter como lembranças de viagens é estreia absoluta no C3. Funciona através de um interruptor colocado na estrutura que inclui o retrovisor: um clique, uma foto; pressão contínua, 20 segundos de filme. É pouco mais do que uma gracinha, ainda que, em caso de acidente, fiquem registadas as imagens: 30 segundos antes, um minuto depois. A utilidade que poderá ter neste caso, estará sempre sujeita à Lei...
[destaque:Fichas técnicas]
PureTech 82 cv Live
Motor: 1199 cc, 3 cilindros
Potência: 82 cv/5750 rpm
Binário máximo: 118 Nm/2750 rpm
Transmissão: seis velocidades, manual
Aceleração 0-100: 12,8 s
Velocidade máxima: 173 km/h
Consumos: média - 4,7; estrada - 4,1; urbano - 5,7
Emissões de CO2: 108 g/km
Mala: 300 litros
Preço: 12 650 euros
BlueTech 100 cv Feel
Motor: 1560cc, turbodiesel, injeção direta
Potência: 99 cv/3750 rpm
Binário máximo: 254 Nm/1750 rpm
Transmissão: 6 velocidades, manual
Aceleração 0-100: 10,6 s
Velocidade máxima: 188 km/h
Consumos: média - 3,6 l/100; estrada - 3,2; urbano - 4,3
Emissões CO2: 94 g/km
Preço: 18 850euro (20 950euro com caixa automática)