Bush mostra aos Obamas os recantos da Casa Branca

Enquanto as mulheres se conheciam melhor, os homens discutiam política na Sala Oval. Esta foi a primeira visita de Obama ao gabinete que será seu já a partir de 20 de Janeiro. Tensões e críticas entre o presidente cessante e o seu sucessor parecem ser um assunto do passado.
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Faltavam dez minutos para a hora prevista - 14.00 em Washington, mais cinco em Lisboa - quando Barack e Michelle Obama chegaram à Casa Branca. À sua espera, o futuro casal presidencial tinha o presidente mais impopular da história dos EUA. De facto, com 76% de opiniões negativas na última sondagem da CNN, George W. Bush ultrapassou os piores números de Richard Nixon no auge do escândalo do Watergate, que levou à sua demissão em 1974.


Enquanto as mulheres visitavam a casa, Bush e Obama tiveram uma hora e meia do que uma porta-voz do presidente cessante classificou como um diálogo "construtivo e amigável". No final, a equipa de Obama deixou saber que saúda a opção de Bush por uma transição suave.


A 71 dias do fim do mandato, este foi o primeiro encontro entre o Presidente cessante e o seu sucessor desde a vitória deste no dia 4. O convite do inquilino que se prepara para deixar a Casa Branca ao que o irá substituir é já tradição nos EUA. Mas este ano, uma conjuntura muito difícil, sobretudo devido à crise económica mundial e às guerras no Iraque e Afeganistão, acelerou o processo.
Os Obama chegaram no seu Sedan preto. O primeiro a sair do carro foi John Podesta, o chefe da equipa de transição do Presidente eleito. Barack e Michelle saíram depois, ela de vestido vermelho. Foram recebidos por um Bush sorridente e uma Laura de castanho ferrugem.


Depois de uma foto de família, os casais separaram-se. Bush conduziu Obama à Sala Oval, na primeira visita do Presidente eleito àquele que será o seu gabinete a partir de 20 de Janeiro. Nas imagens que os mostravam a passar por detrás dos pilares da Casa Branca, os dois homens surgiam em conversa animada. Pelas suas mentes ninguém sabe o que passava. Mas Bush terá, com certeza, recordado as vezes em que Obama disse que o mundo iria "respirar de alívio" no dia em que ele deixasse a presidência. Até ontem, os dois raramente haviam estado juntos, mas, no seu livro A Audácia da Esperança, Obama relata o primeiro encontro entre ambos, em 2004, pouco após ter sido eleito senador. E como Bush foi lavar as mãos depois de o cumprimentar. Aconselhando-o a fazer o mesmo porque "evita constipações".


Apesar de tudo, Obama e Bush prometeram uma transição pacífica. O que não impede o Presidente eleito de estar a estudar algumas decisões que tenciona revogar mal chegue à Casa Branca. É o caso do limite nos fundos para a investigação em células estaminais e da autorização para explorar petróleo no Utah.

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