Burla. Vendiam máquinas de avivar a memória a idosos

Uma investigação da PSP pôs fim a um esquema montado por um grupo que enganou pelo menos 13 reformados em Lisboa. Desde janeiro, já houve 300 burlas diferentes na capital
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No dia 24 de abril do ano passado, na rua Ferreira Borges, no elegante bairro lisboeta de Campo de Ourique, um reformado de classe média alta, com 81 anos, tornou-se a primeira vítima registada de um esquema de burla que a PSP desmontou há poucos dias: a máquina de avivar a memória. Abordado por dois homens bem vestidos e de conversa fácil, esse reformado foi convencido a pagar 5300 euros (dois levantamentos de 200 euros numa ATM e uma transferência para uma filha de um dos suspeitos no valor de 4900 euros). Um montante generoso para um equipamento que mais não era do que uma máquina de filmar de pouquíssimo valor - mas com um autocolante onde se lia Sony - em que, garantiam os burlões, bastaria carregar num botão para ativar as memórias ali gravadas.

O caso deu origem à primeira queixa-crime a denunciar a burla na PSP. A esta seguiram-se mais 12 denúncias, totalizando 13 ofendidos na cidade de Lisboa, sobretudo nas zonas mais burguesas da capital, Avenidas Novas e Campo de Ourique. O perfil dos lesados é o de idosos reformados, com idades entre os 70 e os 80 anos, da classe média alta, muitos pensionistas do Estado.

De janeiro até agora registaram-se 300 crimes de burlas diversas em Lisboa, referiu ao DN intendente Resende da Silva, comandante da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa (NA FOTO). A polícia suspeita que existam "várias dezenas de outros lesados com a máquina de avivar a memória" que não apresentaram queixa por vergonha. Os suspeitos deslocavam-se de vez em quando ao Porto, onde ficavam em hotéis e em casa de familiares, praticando naquela cidade a mesma burla.

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