Bulimia

A palavra bulimia é usada para descrever uma alteração do comportamento caracterizada por ingestões excessivas e descontroladas de alimentos, pelo menos duas vezes por semana e pelo menos durante três meses, muitas vezes seguidas de idas à casa de banho para vomitar.
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Ambos os momentos podem provocar reacções emocionais negativas como vergonha, embaraço, sensação de falta de controlo e sentimento de culpa generalizado. Normalmente, os índices de peso mantêm-se. Esta definição resultou da necessidade de se estabelecer um critério objectivo reconhecível médica e legalmente. Tem incidência maior a partir da adolescência e regista-se em três a sete por cento da população. Cerca de noventa por cento dos casos ocorrem em mulheres. Muitas vezes o termo é aplicado à simples ingestão excessiva de alimentos durante períodos seguidos pelo sentimento de culpa e tentativas para evitar o ganho de peso com jejuns, exercícios, vómitos auto-induzidos, laxantes, diuréticos e/ou enemas.

O adolescente, de preferência quando está em casa sozinho, lança-se sobre a comida e ingere instintivamente tudo o que lhe aparece à frente (chega a abrir latas de conserva e a consumir directamente). Como rotina o adolescente instala-se na cama ou no sofá com comida à sua volta, ou numa atitude de vergonha devora comida na cozinha ou num lugar escondido. No final sente-se muitas vezes mal, enjoado e provoca vómitos com os dedos, ficando num estado mais ou menos longo de vergonha, de prostração e fechado sobre si mesmo. Pode ainda jejuar por um dia ou mais, também na tentativa de compensar o facto de comer compulsivamente, muitas vezes entrando num repetitivo ciclo de intensa restrição alimentar, alternada com ingestões excessivas. A própria restrição alimentar excessiva pode desencadear os episódios compulsivos. A estabilidade do peso dificulta a identificação do problema, o que pode atrasar a procura de ajuda.

Em fase bulímica o adolescente pode reconhecer o absurdo do seu comportamento e ao não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de se conter. Vê-se como uma pessoa desprezível, isola-se, procura esconder os seus problemas dos outros, tem pensamentos suicidas, baixa auto-estima, sentimento de incapacidade face ao controlo do seu comportamento, vergonha e culpa.

Pode haver ainda sintomas e sinais físicos associados com astenia, diarreia/prisão de ventre, desidratação, dores de estômago, cara inchada (hipertrofia das glândulas parótidas), úlceras gastrintestinais, garganta dorida, corrosão do esmalte dos dentes.

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