Bruxelas defende "regras comuns" sobre restrições aos viajantes
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou esta sexta-feira à existência de regras comuns que se traduzam em maior "estabilidade, previsibilidade e clareza" para quem viaja através das fronteiras internas da União Europeia
"Precisamos garantir mais clareza e previsibilidade, é por isso que hoje estamos a propor uma abordagem comum sobre quaisquer medidas que restrinjam a liberdade de movimento nos nossos Estados-Membros", defendeu Von der Leyen.
"Primeiro, estamos a propor um código de cores comum", detalhou, esperando que partir desse esquema, os cidadãos sejam "capazes de identificar claramente as áreas de risco em toda a Europa".
"A nossa agência ECDC publicará todas as semanas um mapa atualizado, com base nas informações fornecidas pelos governos nacionais", explicou, apontando que "esse mapa", será apresentando com um código de cores de leitura fácil, em que "as regiões ou países seriam verdes, laranja ou vermelhas, dependendo da situação epidemiológica".
Bruxelas espera que seja adotada uma "abordagem comum" para as limitações aos viajantes oriundos das zonas vermelhas.
"Acreditamos que nenhum cidadão da UE deve ser impedido de entrar em outro país da UE. Em vez disso, recomendamos que os governos usem testes ou quarentena. O teste deve ser a opção preferida para facilitar a viagem das pessoas. E também aqui as regras para as zonas vermelhas, laranjas ou verdes devem ser inconfundíveis."
Von der Leyen espera que estas medidas contribuam para acabar com as incertezas que se verificam atualmente, para quem decide viajar, apesar da pandemia.
"Os cidadãos muitas vezes ficam confusos sobre para onde podem viajar? Quais regras devem respeitar? O que devem fazer na chegada para ficarem seguros? E como muitos cidadãos já experimentaram: essas regras mudam com frequência", disse.
A presidente da Comissão Europeia acredita que um código de cores sobre o risco de infeção em cada país e um regime comum para as restrições, ajudará a uma maior estabilidade, previsibilidade e clareza para os europeus.
Ontem o País de Gales contrariou a decisão do governo de Londres e retirou Portugal da lista de zonas seguras para os viajantes britânicos. A Hungria já tinha decidido encerrar as suas fronteiras a todos os cidadãos não residentes no país.
Entretanto, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides já iniciou as discussões sobre "como podemos garantir um quadro comum da UE para os regimes de quarentena e teste".
"Uma das ferramentas mais importantes de que dispomos é garantir a coordenação - não me cansarei de repetir isto. É crucial para responder eficazmente ao covid-19 e controlar a transmissão", afirmou Kyriakides.
"Temos de pôr fim à atual confusão e manta de retalhos, e saúdo o forte apoio dos Estados-Membros a este respeito. Também deixei claro que precisamos coordenar e fortalecer ainda mais os nossos esforços nas negociações com os produtores de vacinas, num espírito de solidariedade. O preço de outro confinamento seria muito mais elevado", alertou.