Britânicos aconselham infetados com monkeypox a evitar contacto com animais de estimação
A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) aconselhou as pessoas infetadas com monkeypox a evitarem qualquer contacto com os seus animais de estimação durante 21 dias.
Hamsters e outros roedores podem ser particularmente suscetíveis à doença e a preocupação é que a monkeypox se possa disseminar pela população animal, embora ainda não tenha sido detetado nenhum caso em animais de estimação até agora no Reino Unido.
"A preocupação é que o vírus possa entrar em animais de estimação e fazer ping-pong entre eles e humanos", afirmou o Lawrence Young, virologista da Universidade de Warwick, citado pela BBC.
"Se não for cuidadoso, pode criar um reservatório animal para a doença que pode resultar na contaminação de humanos através desses animais", acrescentou.
A orientação do UKHSA e de outras autoridades de saúde britânicas é para que porquinhos-da-índia, ratos e outros roedores sejam removidos da casa de alguém infetado, durante um período de 21 anos, e que sejam testados.
Outros animais de estimação, como cães e gatos, devem ser colocados em isolamento e ser sujeitos a exames veterinários regulares.
Ainda assim, a diretora veterinária da Inglaterra, Christine Middlemiss, disse que "nenhum caso suspeito de monkeypox" foi detetado em animais de estimação do Reino Unido e que o risco permanece baixo. "Continuaremos a monitorizar a situação de perto e trabalhar com colegas veterinários e de saúde pública, tanto no Reino Unido como estrangeiros, para fazer a gestão dos riscos associados à saúde animal", frisou, também citada pela BBC.
Também o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) indicou que os animais de estimação roedores de pessoas infetadas com monkeypox deveriam ser isolados em instalações monitorizadas e testados antes do término do período de isolamento.
O documento diz que os roedores são capazes de ser infetados e disseminar a doença com mais facilidade do que os humanos, mas que os animais só devem ser abatidos em último caso, em situações em que o isolamento não seja viável.
A agência europeia também indiciou que animais maiores, como cães, podem ficar em quarentena, em casa.
O ECDC teme que os casos em que um humano infeta animais de estimação podem levar o vírus a estabelecer-se na vida selvagem europeia, embora descreva o risco como "muito baixo".
O número de infeções confirmadas pelo vírus Monkeypox em Portugal era de 74 na sexta-feira, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), que está a estudar a eventual necessidade de vacinar contactos de casos e profissionais de saúde.
A doença, que tem o nome do vírus, foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação - daí o nome "Monkeypox" ("monkey" significa macaco e "pox" varíola).