Brinquedos muito à frente
Todos os anos, por esta altura, a incerteza abala o sistema nervoso de Rafael Lopes. Os pais recomendam-lhe muita calma, a vida não está para grandes gastos. Mas se há coisa que deprime um miúdo de 11 anos é antever cuecas no sapatinho, quando o que ele queria mesmo era um robô. «Pedi três brinquedos tecnológicos aos meus pais, numa carta de Natal que lhes escrevi em novembro, para ver se consigo receber pelo menos um», diz o garoto, eufórico com a quadra. Os pedidos incluem um drone e uma impressora 3D, além do robô. «Pode ser que tenha sorte neste ano. Nem me portei muito mal.» Quem lhe dera que os pais também se alvoroçassem com estes brinquedos tão à frente.
«Poderem experimentá-los, brincar com eles, faz toda a diferença no desenvolvimento do raciocínio e da produtividade. Hoje, sabe-se que a aprendizagem se processa mais rapidamente assim do que pelo método clássico de ensino», diz André Almeida, engenheiro informático e cofundador da Artica, uma empresa do Monte de Caparica especializada em tecnologias emergentes e interativas.