Brie Larson, claro. E, já agora, Jacob Tremblay...

<em>Quarto</em>, de Lenny Abrahamson
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No papel, parece má ideia: mãe e filho, inseparáveis e com uma perceção do mundo baseada em histórias e numa fantasia gerada pela televisão, o único contacto com o exterior. Ambos estão retidos por um monstro que a sequestrou e a engravidou num pequeno quarto.

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Baseado no romance homónimo de Emma Donoghue, Room é um dos retratos mais convincentes do poder maternal, mas também um ensaio sobre a perceção da realidade. Na verdade, não se parece com nada que tenhamos visto. É esse efeito de desconforto territorial que aufere um valor humano profundo, quase existencialista. Sentimo-nos tão chocados como tocados, tão maravilhados como abençoados. Aquela criança, obrigada a inventar um mundo e, depois a descobri-lo, consegue um milagre de cinema: voltarmos a imaginar a nossa infância.

O filme é ainda um conto de fadas à Lewis Carroll como monstros de verdade. Jack, o menino, sente-se como Sansão. Se é verdade que o filme vai ser muito falado e memorizado por Brie Larson, convém não esquecer o pequeno Jacob Tremblay, talvez o melhor ator criança em Hollywood em muitos anos.

Classificação: ****

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