Brexit: sete alternativas se deputados rejeitarem acordo de May
Os deputados britânicos vão ser chamados novamente, na próxima semana, a votar o acordo de Brexit negociado por Theresa May com a União Europeia mas, caso este seja rejeitado pela terceira vez, o governo estará a pensar oferecer-lhes sete alternativas e voto livre para poderem dizer qual a solução que preferem.
Revogar o artigo 50, um segundo referendo, o acordo da primeira-ministra, esse acordo mais uma união aduaneira, o acordo, a união aduaneira e o acesso ao mercado único, um acordo de livre comércio normal ou um Brexit sem acordo. Segundo a Sky News serão estas as opções que o governo poderá colocar em cima da mesa dos deputados.
Para o deputado conservador Steve Baker, vice-presidente do European Research Group, estes votos "indicativos" são uma "humilhação nacional".
O executivo está cada vez mais convencido de que será impossível aprovar o acordo, que já foi rejeitado em duas ocasiões -- a primeira vez por um recorde de 230 votos de diferença. De acordo com a Sky News, Downing Street está em "modo de pânico".
A União Europeia aceitou adiar o Brexit até 22 de maio se os deputados britânicios aprovarem o acordo de May na próxima semana. Caso isso não aconteça, Londres tem até 12 de abril para indicar "um caminho a seguir, para que seja analisado pelo Conselho Europeu". Já esta sexta-feira, após o final do encontro dos líderes europeus em Bruxelas, lembraram que o acordo de saída não é renegociável e que se o Reino Unido estiver na União Europeia a partir de 23 de maio, terá que realizar eleições europeias.
Segundo o deputado conservador Mark Francois, depois do discurso de quarta-feira à noite de May (no qual ela acusou os deputados de serem os responsáveis pelo adiamento do Brexit) é menos provável que a primeira-ministra consiga que este seja aprovado à terceira votação vinculativa.
Em declarações à jornalista Beth Rigby, da Sky News, o deputado disse que alguns colegas que votaram a favor do acordo na segunda votação, agora vão voltar a votar contra. Questionado sobre se a primeira-ministra estaria no cargo a 12 de abril, acrescentou: "Suspeito que não."
O subsecretário de Estado para o Brexit, Kwasi Kwarteng, disse esta sexta-feira no Parlamento britânico que seria "surpreendente" se os deputados conservadores não tivessem liberdade de voto nas opções que possam estar em cima da mesa.