Numa intervenção hoje na Câmara dos Comuns sobre a aprovação do rascunho da declaração política para a futura relação entre a União Europeia (UE) e Reino Unido que acompanha o acordo para o 'Brexit', Theresa May disse que foi rejeitada "firmemente uma ligação entre o acesso" às zonas de pesca marítima britânica e o acesso aos mercados..O documento determina, vincou, que o Reino Unido passa a ser "um Estado costeiro independente" que controla as zonas de pesca marítima.."Para que os nossos pescadores tenham uma quota mais justa dos peixes das nossas águas", salientou May..Embora admita negociar anualmente o acesso de barcos estrangeiros e as respetivas quotas de pesca na zona marítima britânica, como fazem, por exemplo, a Noruega a Islândia, prometeu: "o acordo de pesca não é algo que iremos oferecer em troca de outras prioridades"..A declaração política, que há uma semana tinha apenas sete páginas e hoje foi publicada com 26 páginas, pretende apresentar as linhas gerais de um futuro acordo para as áreas económica e comercial, da justiça, política externa, segurança e defesa, a negociar após 29 de março de 2019, mas não é vinculativa. .May congratulou-se por a declaração prever o acesso dos serviços financeiros ao mercado europeu, uma cooperação no setor digital para facilitar o comércio digital, regras comuns para uma concorrência justa e uma nova parceria em matéria de segurança, abrangendo desde a área de defesa e o combate ao crime e ao terrorismo a um acordo de extradição..Sobre o estatuto do território britânico de Gibraltar, localizado na Península Ibérica junto a Espanha, May disse que tem "trabalhado construtivamente" com os governos da Espanha e Gibraltar nas negociações sobre o acordo de saída, tendo falado com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, na quarta-feira à noite.."Queremos que esse trabalho continue na relação futura. Mas eu fui absolutamente clara que a soberania britânica de Gibraltar será protegida e que a futura relação que negociarmos deve funcionar para toda a família britânica", acrescentou..Concluindo, considerou as próximas "72 horas cruciais" para conseguir o Conselho Europeu extraordinário, no domingo, aprove que o que considera "um bom acordo que nos coloca num caminho para um futuro melhor"..Mas o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, qualificou o texto de estar "vazio" de compromissos concretos.."Este acordo estabelece a aspiração de estabelecer um novo acordo de pesca sobre o acesso às águas e quotas até ao verão de 2020. Parece-me que estamos a substituir a política comum das pescas com uma nova política comum das pescas", acusou..Para Corbyn, este "acordo mal acabado é um produto de dois anos de negociações atabalhoadas em que as linhas vermelhas da primeira-ministra foram desfeitas, as demissões do governo se foram acumulando", resultando num "menu vago de opções, não um plano para o futuro e que não é capaz de unir o nosso país".