BPP: Reconhecidos 25 euros dos 4 ME que Rendeiro reclama
A informação consta da lista com os 5.653 credores reconhecidos que a comissão liquidatária do BPP, presidida por Luís Máximo dos Santos, entregou na terça-feira no Tribunal do Comércio de Lisboa, e à qual a agência Lusa teve hoje acesso.
A lista ordenada por ordem alfabética permite conhecer o valor dos créditos reconhecidos, tendo João Rendeiro, credor número 2.268, reclamado 4.246.591,29 euros, sendo reconhecidos 25,19 euros. Porém, o credor 5.647, a sociedade Zenith SGPS, criada em Maio de 2004 e presidida por João Rendeiro, que reclama uma dívida de 31,8 milhões de euros junto do BPP, viu ser reconhecido pela mesma comissão um montante superior em mais de 3 milhões de euros ao que era pedido, ascendendo a um total ligeiramente superior a 35 milhões de euros.
Nesta extensa lista constam nomes do universo empresarial (sociedades e gestores), futebolístico, com jogadores como Luís Figo e Simão Sabrosa, bem como o treinador do Sport Lisboa e Benfica, Jorge Jesus, em destaque. Luís Figo reclama do BPP cerca de 1,2 milhões de euros (e o seu pai igual montante), mas ambos só vêem reconhecidos pela comissão sensivelmente metade da verba conjunta de 2,45 milhões de euros (560 mil euros para cada um). Já Simão Sabrosa reclama 192,6 mil euros, vendo reconhecida a dívida de 176,4 mil euros, isto é, menos 16 mil euros do que a dívida reclamada junto do banco. Jorge Jesus, por seu turno, reclama quase 865 mil euros, vendo reconhecido um montante próximo dos 350 mil euros, isto é, menos 515 mil euros.
O Sistema de Indemnização aos Investidores (que deverá ser activado como parte da solução patrocinada pelas autoridades para os clientes com produtos de retorno absoluto) reclama pouco mais de 2 mil euros ao BPP, mas vê reconhecida uma dívida de 852 mil euros pela comissão liquidatária. A falta de liquidez da instituição motivou a intervenção do Banco de Portugal, no final de 2008, tendo o supervisor bancário nomeado uma equipa de gestores liderada por Fernando Adão da Fonseca, que encerrou o seu ciclo na administração do BPP em meados de Abril, quando a entidade agora liderada por Carlos Costa retirou a licença bancária da instituição, tendo então sido nomeada pelo Banco de Portugal a comissão liquidatária do banco, presidida por Luís Máximo dos Santos, que se encontra em funções.