Botas altas: o charme indiscreto da 'Pretty Woman'
O problema desta peça, ícone de uma certa sensualidade explícita (basta lembrarmo-nos de Brigitte Bardot ou de Maria Schneider no Último Tango em Paris), é que tem agarrada a si uma simbologia com a qual é difícil de lidar.
Ou seja, como é que podemos calçar umas botas acima do joelho sem temermos ouvir na rua um chorrilho de piropos ordinários? A regra é contrapor-lhes uma roupa hiperclássica, bem comportada, preppy.
Aliás, foi esse o estilo que imperou nas colecções onde as "over knees" desfilaram: saias lápis, camisas austeras, vestidos colegiais, laços, gravatas, blazers. Nada de roupa de pele preta, tops curtos, lycras, vestidos colantes. Eis o paradoxo: botas altas para tapar o mais possível e não para deixar ver o mais possível.
Um conselho: as "over knees" que são mais largas na parte acima do joelho não são as ideais para as coxas grossas típicas das mulheres latinas, porque fazem com a perna pareça ainda mais larga. O ideal são as botas pelo joelho ou ligeiramente abaixo.
Este ano há ainda marcas que têm à venda botas acima do joelho que ficam totalmente coladas à perna como se fossem meias. Estas são as que tornam a perna mais elegante.
Felizmente a escolha é muita, quer em marcas mais baratas como a H&M e Mango, quer em marcas mais caras como Sofia Costa (à venda no El Corte Inglés), Dkode, Fly London ou Luís Onofre.
Numa toada mais juvenil a marca brasileira Melissa tem também uma colecção de botas altas que se transformam em botins e garantem a versatilidade dos looks.
Resumindo para lá do imaginário do cinema e dos contos de fadas os sapatinhos ou as botas são mais difíceis de usar na vida real.