Boris Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro russo e crítico de Putin, morto a tiro em Moscovo

Boris Nemtsov foi morto a tiro perto do Kremlin, em Moscovo, esta noite.
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Ex-vice-primeiro-ministro russo, político liberal e crítico do presidente Vladimir Putin, Boris Nemtsov foi morto a tiro esta noite, perto do Kremlin, em Moscovo, quando caminhava acompanhado de uma mulher, segundo reportou o site de notícias Meduza, citado pelo site da BBC.

A agência de notícias russa Interfax, também citada pela BBC, referiu que um atacante não identificado disparou quatro vezes contra Nemtsov, de 55 anos, co-presidente do Partido Republicano da Rússia. O Meduza, por sua vez, fala em "várias pessoas" que saíram de um carro e o atacaram.

O analista Yuri Barmin colocou no Twitter a primeira imagem do corpo (ATENÇÃO: conteúdo pode ferir sensibilidades)

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Natural de Sochi, filho de mãe judia, era formado em Física e Matemática e, ao longo dos anos, assinou vários artigos críticos do atual chefe do Estado russo. Entre 28 de abril e 28 de agosto de 1998, Nemtsov foi vice-primeiro-ministro da Rússia, quando o presidente era Boris Ieltsin.

Em novembro de 2007 foi detido pela polícia por participar num protesto não autorizado contra Putin. E agora estava entre os organizadores da marcha da oposição deste domingo, dia 1 de março, apelidada de "Vesna", ou seja, Primavera em russo. Os organizadores da marcha tinham indicado que esperavam pelo menos 100 mil participantes para pedir a demissão de Putin e o fim do conflito na Ucrânia, noticiaram, há uma semana, as agências Itar-Tass e Interfax.

Em 2004, na Revolução Laranja na Ucrânia, Nemtsov apoiou o pró-ocidental Viktor Iutchtcehnko, contra o pró-russo Viktor Ianukovitch, que depois conseguiu chegar ao poder, mas caiu há um ano. Em dezembro de 2013, sobre a Ucrânia, Nemtsov declarara: "Apoiamos o caminho da Ucrânia na direção da integração na União Europeia, pois ao apoiar a Ucrânia, estamos a apoiar-nos a nós". Após a anexação da península da Crimeia, a 19 de março de 2014, foi das poucas vozes na Rússia que criticaram o passo dado pelo regime de Putin.

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