"Bon Soir, Paris." Eagles of Death Metal em concerto emotivo no Olympia

Grupo regressou a França para terminar o concerto que foi interrompido pelos ataques terroristas.
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Houve muitas lágrimas, no palco e na plateia. Os Eagles of Death Metal, a banda californiana que estava no palco do Bataclan, quando um grupo de terroristas começou a atirar indiscriminadamente matando 89 pessoas, em novembro do ano passado, voltaram a Paris ontem à noite para o concerto prometido. Agora no Olympia.

"Bon Soir, Paris, estamos prontos para isto." Jesse Hughes, o vocalista, disse que estavam ali para terminar o que tinham começado há três meses. Os sobreviventes do Bataclan foram todos convidados e muitos estiveram de facto presentes. E também psicólogos, disponíveis para ajudar, se fosse necessário. "Estão presos a mim. Sou parisiense agora", gritou Hughes.

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Houve um momento de silêncio que durou 89 segundos - um por cada vítima do Bataclan - mas, de resto, o grupo fez questão de pôr toda a sua energia neste concerto. E, de acordo com Angelique Chrisafis, correspondente do The Guardian em Paris, a noite foi ao mesmo tempo uma homenagem aos que morreram e uma celebração de Paris e dos sobreviventes. "Uma celebração da vida", foi também como chamou Laurent Carpentier no Le Monde ao concerto que durou duas horas. "Um concerto rock. 100% rock. Como uma forma de transcendência."

Do alinhamento ficou deliberadamente de fora Kiss the Devil, a música que estavam a tocar no momento em que os ataques começaram a 13 de novembro do ano passado.

"Até que ninguém tenhas armas, toda a gente tem de tê-las"

Nas entrevistas, antes do concerto, Jesse Hughes tinha defendido que se toda a gente andasse armada talvez o massacre não tivesse acontecido. Hughes afirmou que as severas leis de controlo de armas de França "nada tinham a ver" com o ataque, mas interrogou-se sobre se o controlo de armas tinha salvado alguma vida naquela noite, no Bataclan.

"Acho que a única coisa que deteve o ataque foi que alguns dos homens mais corajosos que já vi na vida encararam a morte de frente empunhando as suas armas de fogo. Sei que as pessoas discordarão de mim... mas naquela noite, as armas tornaram-nos iguais", disse o músico de 43 anos à estação televisiva francesa iTele. "Até que ninguém tenha armas, toda a gente tem de tê-las", sustentou.

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Jesse Hughes, que é membro da America's National Rifle Association, disse, antes, à agência de notícias francesa, AFP: "Já não vou a lado nenhum nos Estados Unidos sem uma arma. Isso é horrível e eu não sou paranoico, não sou um 'cowboy'... só quero estar preparado".

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