Saíram para ajudar homem e encontraram o comandante... morto

Ricardo Cruz, que liderava os bombeiros de Sesimbra, sentiu-se mal dentro do seu carro e acabou por morrer
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Quando os bombeiros de Sesimbra saíram ontem do quartel, após um alerta telefónico, para prestarem socorro a um homem que se sentiu mal dentro do seu carro, estavam longe de imaginar que a vítima seria o próprio comandante da corporação. Ricardo Cruz, 43 anos, ainda foi assistido mas não resistiu. Acabou por ter morte súbita, lançando a consternação na vila piscatória.

"Custa a acreditar que isto tenha acontecido desta forma. Ainda era tão novo e tinha tanto para dar aos bombeiros", desabafa ao DN o segundo comandante, Luís Saraiva, revelando que os colegas que saíram para a ocorrência, cerca do meio-dia, "foram surpreendidos e ficaram um bocado mais nervosos ao verem que se tratava do comandante deles", diz. "Quando recebemos os alertas de socorro corremos para o local, independentemente de quem seja a vítima", ressalva.

Ao chegaram à zona do Zambujal, Casal das Figueiras (Sesimbra), onde se encontrava o comandante no interior da sua viatura, os bombeiros depararam-se com Ricardo Cruz ainda vivo, embora já a passar por sérias dificuldades. Viriam a alertar o quartel sobre quem era a vítima e qual o seu estado de saúde, tendo sido enviados mais elementos para o local.

"Tudo o que estava ao nosso alcance foi feito para se tentar salvar o Ricardo, mas acabou por acontecer o pior", lamenta Luís Saraiva, acrescentando que Sesimbra "está de luto" e que os elementos da corporação estão a passar por um momento de consternação. "Nada fazia prever uma tragédia destas. Está tudo muito em baixo, mas estamos a tentar reerguer o moral das pessoas e regressar depressa à normalidade, porque o trabalho não para", insiste Luís Saraiva, que vai agora liderar os bombeiros até à nomeação de um novo comandante.

A autarquia já lamentou a morte "inesperada" do jovem comandante, que "tinha uma vida pela frente". Acrescentou o município que Ricardo Cruz "escolheu e exerceu de forma exemplar uma das mais nobres profissões. Em troca recebeu o respeito, o reconhecimento e a amizade, tanto dos seus companheiros, como da própria comunidade sesimbrense".

Ricardo Cruz dirigia a corporação desde 2003, tendo feito um interregno de apenas dois anos (entre 2009 e 2011) e era funcionário a tempo inteiro da associação. Deixa mulher e dois filhos menores. Residia em Fernão Ferro (Seixal).

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