Um morto e 11 desaparecidos em Itália; buscas por oito pessoas em França
As inundações causaram a morte a um bombeiro no norte de Itália, havendo ainda 11 pessoas desaparecidas. Em França, as autoridades estão mobilizadas para encontrar as oito pessoas que também estão desaparecidas após as chuvas torrenciais que destruíram casas e deixaram aldeias isoladas na região de Nice. Entre os desaparecidos estão dois bombeiros.
Um bombeiro voluntário morreu durante uma operação no Vale de Aosta, de acordo com a Defesa Civil, e 11 pessoas estão desaparecidas no Piamonte, onde muitas localidades, com ruas e casas inundadas, estão isoladas, anunciou o governo da região num comunicado que cita uma situação "extremamente crítica".
Dez pessoas estão desaparecidas na província de Cuneo e as buscas foram organizadas em Itália, mas também do lado francês, no departamento dos Alpes Marítimos. Outra pessoa desapareceu quando seu veículo caiu no rio Sesia.
Em Veneza, foi acionado pela primeira vez o sistema de diques móveis para impedir as cheias (fenómeno conhecido como acqua alta, uma maré alta anormal que provoca inundações na praça de São Marcos), atraindo a curiosidade dos residentes e dos turistas.
Diante da enchente provocada pelas chuvas, as autoridades de Veneza decidiram elevar a barreira de diques móveis para impedir a entrada do mar na lagoa e evitar assim as inundações na cidade, formada por 118 ilhas. "A praça de São Marco não foi inundada até o momento", anunciou no fim da manhã o capitão Marco Nobile, da Guarda Costeira, ao canal RaiNews24.
O sistema de "impermeabilização" de Veneza, conhecido com o nome Mose (Moisés), com 78 comportas, tem o objetivo de proteger o imenso patrimônio artístico da cidade. Foi testado com sucesso pela primeira vez em julho.
Em França há ainda oito desaparecidos confirmados. "Atualmente, temos um balanço de nove pessoas desaparecidas e três supostamente desaparecidas", disseram os bombeiros à agência de notícias AFP. Mais tarde, um dos desaparecidos, um polícia foi encontrado em segurança.
No caso das pessoas "supostamente desaparecidas", as autoridades têm apenas relatos vagos, ao contrário dos outros casos, em que testemunhas ou bombeiros viram diretamente as pessoas serem levadas pelas águas.
As comunas mais afetadas situam-se no interior de Nice, nos vales de Roya, na zona de Tende e no vale de Vésubie, regiões localizadas em zonas montanhosas dos Alpes.
"Temos muitas casas que foram arrastadas ou destruídas, cidades como Saint-Martin-Vésubie estão isoladas do mundo", disseram os bombeiros à AFP.
Nesta vila de cerca de 1400 habitantes, onde uma ponte foi destruída na sexta-feira, os bombeiros realizaram dezenas de ações de segurança durante a noite e a madrugada de hoje, segundo as autoridades locais.
A rede telefónica funciona precariamente e as comunicações estão muito difíceis. Milhares de casas estão sem eletricidade, de acordo com o responsável de companhia de eletricidade Enedis.
Os helicópteros de busca tentaram fazer o reconhecimento pela manhã, mas o céu encoberto pelas nuvens impediu-os de ter uma visão clara, embora o serviço de meteorologia da França tenha levantado a sua vigilância laranja sobre o departamento e as chuvas tenham cessado.
Muitas estradas da região ainda estão interditas, seja porque foram destruídas ou pelo risco de deslizamentos de terra.
A região de Nice foi gravemente afetada no outono de 2019 pelo mau tempo, que matou 14 pessoas em duas semanas no sudeste da França.
Em outubro de 2015, tempestades de rara intensidade mataram 20 pessoas em enormes enchentes, especialmente em Mandelieu-la-Napoule e Cannes.
A autarquia de Cannes adiou uma cerimónia marcada para hoje para homenagear as vítimas desta tragédia.