Em Vilar de Nantes, os bombeiros estão a abastecer os depósitos de água diariamente devido à seca e ao consequente enfraquecimento da nascente que serve uma parte da população daquela freguesia próxima da cidade de Chaves..O presidente da junta de Vilar de Nantes, que tem cerca de dois mil habitantes e fica localizada na serra da Brunheira, a quatro quilómetros de Chaves, descreveu à Lusa um "ano atípico em termos de seca", que está a criar dificuldades na nascente que abastece principalmente os residentes na aldeia de Nantes..Por isso mesmo, o autarca Luís Costa referiu que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Flavienses tem procedido, através de autotanques, ao abastecimento diário, com água potável, do depósito que serve aquela aldeia.."O que está a acontecer este ano é que situações com que tínhamos que lidar mais tarde, já em pleno verão, estão a acontecer mais cedo", afirmou, por sua vez, o vereador dos pelouros do Ambiente e da Proteção Civil da Câmara de Chaves, Nuno Chaves..O responsável adiantou que, com o reabastecimento feito pelos bombeiros, "fica garantido o volume de água para os usos prioritários", aproveitando para realçar o papel desempenhado pelas três corporações do concelho na concretização desta missão da Proteção Civil..Segundo dados oficiais, no Norte do país, os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto atingiram níveis de seca severa e Vila Real e Bragança de seca extrema..Luís Costa calculou que, entre a água proveniente da nascente e o abastecimento feito pelos bombeiros, ficam disponíveis cerca de "30 a 40 mil litros de água" naquele depósito e, no entanto, disse que "não é suficiente"..Este procedimento é, por norma, feito durante o período da noite..O vereador Nuno Chaves adiantou que estão a ser estudadas soluções para resolver o problema nesta freguesia, que é também abastecida, em outras zonas, pela empresa Águas do Norte..Apontou que estão "previstas ações de prospeção no sentido de aumentar a quantidade de água disponível para o fornecimento àquela população", ou seja, vão ser procuradas novas nascentes.."O concelho é abastecido com uma única conduta da Águas do Norte, o que torna, em algumas circunstâncias, difícil a execução dos trabalhos necessários para levar essa água a determinadas localidades. Independentemente disso, a câmara está empenhada em estudar alternativas e soluções", frisou..O vereador disse ainda que a câmara "poderá vir a promover ações de sensibilização para o uso racional e mais criterioso da água destinadas à população, agentes económicos e entidades públicas.."Não basta poupar água quando ela já não existe. O que temos de pensar é, no fundo, o que cada um de nós, enquanto parte integrante de uma comunidade, pode fazer para mitigar esse problema", afirmou Nuno Chaves..No concelho, segundo o vereador, estão já a ser adotadas medidas com vista a uma "maior eficiência na gestão dos recursos hídricos"..Uma delas, especificou, foi a implementação de um projeto de eficiência hídrica que "já permitiu reduzir perdas de água na rede pública na ordem dos 20%" o que se traduz numa "poupança global de mais de um milhão e quatrocentos mil litros de água".."E é nosso objetivo que, até 2025, possamos atingir uma redução superior a 40% no que diz respeito às perdas de água", acrescentou..O município procedeu ainda à realização de um cadastro das infraestruturas dos sistemas de distribuição de água e de coleta de águas residuais existentes no concelho, sistematizando toda a informação numa base de dados assente em SIG (Sistema de Informação Geográfica)".."Este projeto permitir criar cenários a curto, médio e longo prazo de forma a projetar possíveis ampliações e otimização de outros sistemas, mediante as necessidades do município e tendo em conta a evolução demográfica e expansão urbana. Permitirá ainda a avaliação contínua do estado de conservação da rede e perceber, em tempo útil, a necessidade da renovação da mesma", frisou.