Bolsonaro ora com evangélicos contra coronavírus após recorde de mortos
Jair Bolsonaro partilhou nesta sexta-feira um vídeo ao lado do pastor Silas Malafaia e de membros da chamada Bancada da Bíblia, o grupo de parlamentares supra-partidário que defende interesses financeiros das denominações evangélicas, a orar contra o coronavírus.
Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Malafaia disse, num discurso que misturou política com religião, que "todos os inimigos desta nação vão cair por terra", que "o Brasil não se tornará uma Venezuela" e que o país vai surpreender todos na forma como vai superar a crise "graças à glória de Deus".
Depois de muitos "améns" e momentos próximos a um transe religioso, Bolsonaro foi chamado a concluir a pregação. "Deus, pátria, família, o Brasil tem tudo para ser uma grande nação", afirmou.
Momentos antes o Brasil registara 1473 mortos por Covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. Nos dois dias anteriores esse recorde já havia sido batido duas vezes.
O Brasil ultrapassou a Itália e já só é superado em número de óbitos por Reino Unido e por Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, apontou mais ou menos à hora daquela oração, o país como um exemplo negativo no combate à doença.
Desde o início da pandemia, dois ministros da saúde demitiram-se por não concordar com a política de Bolsonaro de flexibilização do isolamento social e de uso de cloroquina. Sem ministro, a pasta está agora entregue ao militar Eduardo Pazzuelo interinamente.