Boicote. Pearl Jam também cancelam concerto
Seguindo o exemplo de Bruce Springsteen e do ex-Beatle Ringo Starr, os Pearl Jam cancelaram ontem o seu concerto agendado para hoje em Raleigh, no estado americano da Carolina do Norte. O motivo é o mesmo: a controversa lei daquele estado que obriga os transexuais a usarem casas de banho correspondentes ao seu sexo de origem. Vulgarmente designada como "lei da casa de banho", a House Bill 2 (HB2), que entrou em vigor a 1 de abril, limita ainda os órgãos municipais na defesa contra a discriminação dos cidadãos LGBT lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. A banda de Eddie Vedder chamou-lhe "uma desprezível legislação que incentiva a discriminação de um grupo inteiro de cidadãos americanos."
O comunicado da banda de Seattle, EUA, escrito à mão e divulgado no site da banda, manifesta a "profunda consideração e muita pena" pelo cancelamento do espetáculo e faz ainda saber que os Pearl Jam já contactaram organizações da Carolina do Norte e vão ajudá-los, financeiramente, a contestar a lei cujo "impacto humano" sobre os direitos humanos básicos é profundo".
Depois de Bruce Springsteen anunciar, no dia 8, o seu boicote à lei em causa, que resultou no cancelamento do concerto que, dali a dois dias, daria ao lado da E Street Band, foi Bryan Adams quem tomou uma posição. O cantor canadiano cancelou o concerto de quinta-feira passada em Biloxi, no Mississippi devido à lei, aprovada a dia 5 deste mês e que entrará em vigor a 1 de julho, que permite a grupos religiosos e empresas privadas que, naquele estado, recusem a atender casais homossexuais, se para tal tiverem de ir contra "crenças ou convicções morais". "Esperançosamente, o Mississippi vai corrigir-se e eu posso voltar e atuar para os meus muitos fãs. Estou ansioso por esse dia", disse então o músico em comunicado.
Dois dias depois, era Ringo Starr quem avisava cancelar o seu concerto de 18 de junho na Carolina do Norte. "Lamento desiludir os meus fãs daquela zona, mas temos de tomar posição contra este ódio. Espalhem paz e amor", escrevia o ex-Beatle. O manifesto que os Pearl Jam tornam explícito no comunicado não é muito diferente. "Queremos que a América seja um lugar onde ninguém pode ser recusada num serviço por amar quem ama ou despedido do seu emprego por ser quem é", lê-se.