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Foi no feriado de 2 de Novembro de 1954, com a «Toussaint Rouge», que começou simbolicamente a Guerra da Argélia.

A tenaz resistência à descolonização iria colocar a França à beira do colapso. A «traição» de De Gaulle, que negociou rapidamente a descolonização, iria resolver com enormes danos pessoais o problema argelino.

Cinquenta anos depois as clivagens esbateram-se mas não desapareceram. 88% dos argelinos reclamam um «pedido oficial de desculpas», pelas torturas e execuções sumárias realizadas pelo exército francês. Boa parte dos franceses ainda pensam que a Argélia estava melhor sob o colonialismo, contrastando com 82% dos argelinos que acham que estão melhores agora.

Como se vê, os debates portugueses sobre a herança da descolonização de há 30 anos têm que ser postos em perspectiva. Infelizmente para Portugal, a ditadura não produziu um De Gaulle e os sucedâneos já vieram tarde.

derrida

Já venho tarde, mas a efeméride do início da guerra colonial na Argélia lembrou-me a morte de um filho judeu da Argel francesa, Jacques Derrida.

Com a distância das versões electrónicas dos jornais portugueses fui-me apercebendo dos dislates produzidos, sobretudo por quem se arroga do conhecimento universitário.

Está na moda, seguindo o velho proselitismo ignorante das férias britânicas, com a ajuda das botas texanas, «arrasar» Paris.

Curiosamente um dos melhores obituários que li sobre o filósofo francês foi publicado pelo New York Times.

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