Bispo nomeado pelo papa para Santiago do Chile promete acompanhar vítimas de abusos

O bispo espanhol Celestino Aós, nomeado pelo papa como administrador apostólico do arcebispado de Santiago, no Chile, comprometeu-se a acompanhar as vítimas de abusos sexuais.
Publicado a
Atualizado a

O bispo que substitui o cardeal Ricardo Ezzatti, cuja renuncia foi anunciada pelo papa no sábado, falava no domingo numa missa em Santiago perante os fiéis.

"De uma maneira especial, assistiremos e serviremos aqueles que sofrem a afronta à sua dignidade como resultado de abusos absolutamente injustificáveis e absolutamente intoleráveis por parte de clérigos ", disse na sua homilia na Catedral de Santiago, a principal Templo católico do Chile.

"Não basta retoques de maquilhagem. Precisamos de reformas e mudanças profundas", acrescentou o bispo espanhol de 73 anos que está no Chile há mais de três décadas.

Celestino Aos foi nomeado no sábado pelo papa Francisco como administrador apostólico "sede vacante" da Arquidiocese da capital chilena para substituir Ezzati, cuja renúncia foi aceite pelo pontífice.

Ezzati, de 77 anos, é um dos bispos mais influentes da Igreja chilena e tem sido amplamente questionado por vítimas de abuso que o acusam de encobrir esses crimes.

De facto, é acusado pela Justiça chilena de ter ocultado três casos de abusos cometidos por religiosos.

Celestino Aós, que até sábado era bispo de Copiapó (norte do país), agradeceu ao papa pela sua nomeação, pediu aos fiéis para rezar por ambos e disse que as mudanças exigidas pela Igreja chilena devem "buscar a verdade e a justiça para ser mais misericordiosa "

A Procuradoria Nacional do Chile investiga 219 religiosos nacionais em 158 casos de abuso sexual contra 241 vítimas, das quais 123 eram menores à época dos factos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt