Bill Clinton defende regras para escutas a líderes

O ex-Presidente norte-americano Bill Clinton disse que a imagem dos EUA no mundo ficou danificada com as revelações sobre espionagem a líderes estrangeiros pela Agência de Segurança Nacional (NSA) e defendeu ser necessário definir regras claras.
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"Penso que são necessárias regras muitos explícitas quanto à escuta de conversações de dirigentes estrangeiros", afirmou Bill Clinton numa entrevista à cadeia televisiva americana Fusion, cuja transcrição parcial foi hoje publicada, refere a agência noticiosa AFP.

Bill Clinton explicou que durante o tempo em que foi Presidente (1993-2001), a realização de escutas dependia dos dirigentes em causa: "se pensássemos que eles cometiam atos hostis contra os EUA (...) então [as agências americanas] podiam fazer".

"Porém, não tenho a certeza, não tínhamos naquela época capacidade de fazer a maior parte das coisas que são feitas hoje em dia", acrescentou.

Salientou ainda ser necessário "mais transparência, maior proteção da privacidade e mais segurança".

"Estamos numa posição em que as pessoas não sabiam o que estava a acontecer. Dada a forma como foram utilizados os dados, não é claro que isso tenha aumentado a nossa segurança [mas] é óbvio que as pessoas sentem que perderam um pouco da sua privacidade", salientou o antigo presidente para quem é "muito importante" que haja uma discussão "verdadeiramente pública sobre o que devem ser as regras" de escuta.

O ex-Presidente admitiu ainda que as revelações desencadeadas pelo ex-consultor Edward Snowden da NSA tiveram um impacto negativo "não só na América Latina, mas também na Europa e na Ásia".

"Isto é interessante porque em alguns desses países verificou-se que alguns governos fizeram a mesma coisa", declarou.

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