A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, pediu esta quarta-feira aos europeus que rejeitem os resultados da eleição presidencial "fraudulenta" de 9 de agosto, que permitiu a Alexander Lukashenko vencer o sexto mandato.."Peço que não reconheçam estas eleições fraudulentas. Lukashenko perdeu toda a legitimidade aos olhos de nossa nação e do mundo", disse Tikhanovskaya em inglês num vídeo enviado ao Conselho da Europa e publicado no YouTube.."As eleições de 9 de agosto não foram justas nem transparentes. Os resultados foram falsificados. As pessoas, que foram defender os seus votos nas ruas das suas cidades por toda a Bielorrússia, foram brutalmente espancadas, presas e torturadas pelo regime que se apega desesperadamente ao poder", continuou..A situação na Bielorrússia será esta quarta-feira abordada numa cimeira extraordinária da União Europeia..Refugiada desde 11 de agosto na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaya, cujo marido foi preso após candidatar-se às eleições presidenciais, referiu-se também no vídeo à formação pela oposição de um "Conselho de Transição" que pretende "facilitar a transição pacífica do poder através do diálogo".."Ele vai pedir imediatamente novas eleições presidenciais justas e democráticas sob supervisão internacional", disse Svetlana Tikhanovskaya..Na terça-feira, o presidente Alexander Lukashenko acusou a oposição, por meio deste "Conselho de Coordenação", de tentar "tomar o poder"..Manifestações e greves contra Lukashenko.Desde as eleições em 9 de agosto, a pressão tem aumentado sobre Lukashenko, no poder desde 1994. Tem enfrentado manifestações diárias e um movimento de greve que afetou vários setores vitais para a economia de país..Lukashenko está no poder há um quarto de século no país menos democrático da Europa, onde as manifestações ou protestos são reprimidos pela polícia política KGB, que mantém o acrónimo soviético..Após a renúncia do presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, Lukashenko é o dirigente europeu e pós-soviético no poder há mais tempo..Nos últimos anos verificou-se o descongelar das relações com o ocidente, especialmente depois de Minsk ter condenado a anexação do território ucraniano da Crimeia pela Rússia e pela crescente tensão política e comercial com o Kremlin..Além de aprovar o regresso da embaixada dos Estados Unidos ao país, 12 anos após a expulsão do representante diplomático de Washington, Lukashenko recebeu em fevereiro o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, o que causou atritos políticos com Moscovo.