Biden garante que EUA continuam parceiros do Médio Oriente
O Presidente norte-americano, Joe Biden, assegurou este sábado que os Estados Unidos vão continuar a ser "um parceiro comprometido ativo no Médio Oriente", recusando deixar um vazio para a China, Rússia ou Irão.
Biden falava na cimeira Conselho de Cooperação do Golfo (GCC)+3, em Jeddah, com a presença dos Estados de Omã, Bahrein, Kuwait, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Iraque e Jordânia.
"Não vamos afastar-nos e deixar um vazio para ser preenchido pela China, Rússia ou Irão. Os Estados Unidos vão continuar a ser um parceiro comprometido ativo no Médio Oriente", realçou o Presidente dos EUA, delineando os princípios da sua estratégia para a região, com foco na cooperação regional para enfrentar ameaças.
O chefe de Estado norte-americano reconheceu também este sábado, junto ao príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salmán, que muitos países cometem erros, mas, alertou, apenas aqueles que aprendem com eles podem tornar-se "mais fortes".
"Nenhum país está sempre certo, nem mesmo na maior parte das vezes, nem mesmo os Estados Unidos. Mas o nosso povo é a nossa força. Só os países que têm confiança para aprender com os seus erros ficam mais fortes", afirmou.
O Presidente dos Estados Unidos chegou na sexta-feira à Arábia Saudita, para uma visita destinada a reparar a relação com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman e conseguir apoio saudita para baixar os preços do petróleo.
Bin Salman é acusado pelos serviços secretos norte-americanos de ter aprovado a operação que matou o jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2018. O próprio Biden tinha denunciado o príncipe da coroa saudita pelo assassínio de Khashoggi, que foi desmembrado na embaixada saudita na Turquia.
Neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deverá ainda anunciar mil milhões de dólares em ajuda para a segurança alimentar no Médio oriente e Norte da África, ameaçada desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo indicou uma fonte da administração norte-americana.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou este sábado o líder dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, a visitar os EUA, mostrando assim um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.
"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, à Sala Oval, antes do final do ano", disse Biden numa reunião bilateral.
Este rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços económicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores. Yousef al-Otaiba, embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de stresse".
Estas declarações do diplomata foram feitas depois de os EAU se absterem numa votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.
O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse aos jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas".