Biden admite que NATO vai responder se Putin usar armas químicas na Ucrânia
O presidente dos EUA afirmou esta quinta-feira que a NATO vai responder caso a Rússia decida usar armas químicas na Ucrânia. "Responderemos se ele [Putin] usar [armas químicas]. A natureza dessa resposta dependerá da natureza da sua utilização", declarou Joe Biden, em Bruxelas, Bélgica.
Questionado se essa resposta incluiria uma intervenção militar da NATO, Biden respondeu que a utilização de armas químicas "despoletaria uma resposta à altura".
"Se está a perguntar se a NATO iria atravessar [a fronteira com a Ucrânia], tomaríamos essa decisão na altura", frisou.
Após a reunião com os líderes da Aliança Atlântica e do G7, e antes de partir para a reunião do Conselho Europeu, Biden sublinhou a unidade dos países ocidentais na resposta à agressão russa na Ucrânia.
Aos jornalistas, o chefe de Estado norte-americano fez saber que apoia a expulsão da Rússia do G20, grupo das principais economias do mundo, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, uma guerra que dura há já um mês.
"Eu levantei a possibilidade, se isso não puder ser feito, se a Indonésia e outros não concordarem, então, na minha opinião, devemos pedir para que... a Ucrânia participe das reuniões também", defendeu.
Biden, que amanhã estará na Polónia, país que tem acolhido milhões de pessoas que fogem da guerra, anunciou que os EUA vão reforçar a assistência humanitária, mas remeteu mais informação para sexta-feira.
Ajudar refugiados ucranianos "é uma obrigação internacional", destacou Biden, que anunciou mais sanções económicas contra a Rússia. As maiores alguma vez impostas contra um Estado de modo a punir Putin pela agressão à Ucrânia, em curso desde 24 de fevereiro.
Reforçou a importância da união dos países ocidentais contra a agressão russa e afirmou que o presidente russo está a receber exatamente o oposto do que pretendia como consequência de entrar na Ucrânia, uma vez que, afirmou, a NATO "nunca esteve tão unida". "A Europa não vai ceder. Temos de ficar unidos", sublinhou ainda.
"Putin estava a contar com uma divisão na NATO. Durante a minha conversa com ele, no início de dezembro, fiquei convencido que ele achava que nós não iríamos conseguir manter a coesão. A NATO nunca, nunca esteve tão unida como está hoje. Putin está a obter exatamente o contrário daquilo que pretendia", afirmou Joe Biden.
Biden frisou que já sabia que as sanções não iriam "dissuadir Putin" - "as sanções nunca dissuadem" -, mas sublinhou que a "manutenção das sanções, aumentará a dor" e a demonstração de união entre os aliados irá influenciar o comportamento do presidente russo.
"A razão pela qual pedi esta cimeira hoje foi para me assegurar que, passado um mês, iremos continuar a manter o que temos feito: não apenas este mês, não apenas no próximo mês, mas durante todo o ano. É isso que irá pará-lo (a Putin)", disse.
Reiterando a necessidade de união entre os Estados-membros da NATO num futuro próximo, Biden considerou que "se a Europa ceder num mês, seis semanas ou dois meses", o Kremlin não se importará com "qualquer nome" que seja adicionado à lista de sanções.
"O elemento mais importante é mantermo-nos unidos e que o mundo continue a aperceber-se de quão violento este tipo é, de todas as vidas inocentes que se estão a perder e a arruinar, e do que se está a passar [na Ucrânia]. Isso é que é importante", salientou.
"Temos de nos manter completamente, totalmente unidos", acrescentou.
Com Lusa