BES poderá não ter capacidade para pagar indemnizações
O presidente do BES, Luís Máximo dos Santos, reconheceu hoje que a entidade poderá não ter capacidade financeira para suportar possíveis indemnizações a que seja condenada nos inúmeros processos judiciais que estão em curso nos tribunais.
Questionado na comissão de inquérito ao caso BES/Grupo Espírito Santo (GES) sobre quem é que vai pagar as indemnizações do âmbito judicial que venham a ser declaradas contra o BES, o responsável colocou em causa a capacidade de o banco pagar esses valores.
"É preciso saber se o BES terá património e recursos para fazer face a responsabilidades que venham a emergir dessas decisões", afirmou Máximo dos Santos.
Já sobre as prioridades entre diferentes tipos de credores, o líder do 'bad bank' frisou que "tudo depende dessas entidades serem credores comuns ou subordinados", sendo os credores comuns pagos antes do que os subordinados.
A audição de Máximo dos Santos terminou pelas 20:30, quatro horas e meia depois de ter arrancado e fechou a semana de audições, que serão retomadas na próxima terça-feira com o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, e o ex-administrador do BES Angola, Rui Guerra, a comparecerem perante os deputados.
Em agosto, o Banco de Portugal decidiu aplicar uma medida de resolução no então Banco Espírito Santo (BES), dividindo a entidade em duas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.