Berlusconi pede sacrifícios a todos os partidos para se governar Itália

O líder da coligação de centro-direita e ex-primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, pediu hoje sacrifícios aos partidos para que se consiga governar o país depois de as eleições gerais terem terminado sem maioria no Senado.
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"Pelo bem de Itália, todos têm de fazer sacrifícios. Não creio que Itália não seja governável", disse Berlusconi durante uma intervenção telefónica num programa da televisão "Canale5".

Para o ex-primeiro-ministro a solução não passa por repetir as eleições.

Também o presidente do parlamento europeu, Martin Schulz, apelou ao diálogo das forças políticas em Itália perante o empate técnico no Senado.

"Se não for esse o caso, existe seguramente a ameaça de uma nova fase de insegurança como a que acabámos de superar [na zona Euro]", disse Schulz em declarações à emissora pública alemã da rádio Deutschlandfunk.

O presidente do Parlamento europeu não escondeu a surpresa com o resultado das eleições em Itália, que considerou "difícil de interpretar", mas reconheceu que a vitória da aliança de centro esquerda na câmara baixa demonstra o ceticismo do eleitorado com as medidas de cortes unilaterais.

Ainda assim, qualificou de "fenomenal" a forma como o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi foi capaz de se reinventar e fazer campanha como se nunca tivesse governado Itália.

Antes das eleições, Schulz, que é membro da social-democracia alemã, apelara ao eleitorado italiano que votasse com a força da razão e rejeitasse Berlusconi, que acusou de ser culpado pela crise económica de Itália.

A coligação de centro-direita de Berlusconi, formada pelo partido Povo da Liberdade, a Liga Norte e outras formações de direita, obteve 30,72% dos votos para o senado, o que representa 117 senadores, enquanto o centro-esquerda reuniu 31,6%, o que equivale a 120 senadores.

O Movimento Cinco Estrelas do ator e comediante Beppe Grilo conseguiu 23,72% dos votos, convertendo-se na terceira força mais votada do país.

Já o antigo presidente do Governo e tecnocrata Mario Monti e a sua coligação centrista composta pelo Futuro e Liberdade (FLI) e União dos Democratas-Cristãos e Democratas de Centro (UDC) obteve apenas 9,13% dos votos.

O resultado do Senado é considerado chave no peculiar sistema eleitoral italiano, que atribui o prémio da maioria à coligação vencedora região a região, com territórios como o da Lombardia (norte), onde o centro-direita vai buscar votos, a responder por quase cinquenta senadores.

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