Berlusconi foi pela primeira vez ao julgamento Rubygate
Berlusconi, acusado no processo Rubygate de ter remunerado serviços sexuais de uma menor de origem marroquina chamada Ruby e de abuso de poder, sempre negou ter participado em festas com prostitutas.
"Eram jantares elegantes", as jovens "treinavam-se para espetáculos burlescos" numa atmosfera de "serenidade e simpatia", defendeu-se o ex-primeiro-ministro durante uma pausa do julgamento que decorre desde abril de 2011 e ao qual assistiu hoje pela primeira vez.
"Vim assistir a esta comédia, uma grande operação mediática de difamação", afirmou o ex-primeiro-ministro, que considerou o seu julgamento um "processo inútil" e um "escândalo" da utilização de dinheiro público para o financiar.
Na segunda-feira, Imane Fadil, uma jovem manequim marroquina citada pela acusação, deu em tribunal pormenores sobre jogos sexuais aos quais se entregavam os participantes nas festas na luxuosa casa de Berlusconi, a villa Arcore, perto de Milão.
No caso Rubygate, Berlusconi é acusado de ter pagado em várias ocasiões pelos serviços sexuais da jovem Ruby entre fevereiro e maio de 2010, quando esta era menor, um delito passível de três anos de prisão em Itália.
Tanto Sílvio Berlusconi como Ruby sempre negaram ter tido quaisquer relações sexuais.
O ex-primeiro-ministro italiano também é suspeito de abuso de poder por ter pressionado funcionários da polícia de Milão para libertarem a jovem Ruby, detida por um roubo.
À imprensa, Berlusconi confirmou hoje ter recentemente feito transferências a favor de certas testemunhas do julgamento, admitindo "sustentar todas aquelas jovens cuja reputação foi arruinada pelo Ministério Público" de Milão pela "simples razão de terem aceitado jantar em sua casa".
Berlusconi argumentou que muitas jovens perderam os empregos, os namorados e que os pais de algumas "foram forçados a fechar os comércios" de que eram proprietários.