Berlusconi exige que o seu partido esteja no Governo
Berlusconi, cujo partido ficou em segundo lugar nas eleições legislativas antecipadas de 24 e 25 de fevereiro, indicou ainda quais são as suas condições para que o seu partido entre num Executivo liderado por Bersani, líder do Partido Democrático (PD).
"Deve haver duas coisas e não apenas uma. Visto que as eleições resultaram em duas forças praticamente iguais, exigimos que o Governo inclua o PdL e exigimos também um Presidente da República moderado", afirmou Berlusconi, deixando uma ameaça clara: "Como eu disse perante as 300 mil pessoas que vieram apoiar-me [no sábado à noite], ou o Partido Democrático muda de orientação a 180 graus ou voltamos rapidamente às urnas".
Lembrando que a esquerda já ficou com os cargos de presidente da câmara dos Deputados e de presidente do Senado em Itália, Berlusconi sublinhou: "Se eles fizerem o mesmo em relação ao Quirinal [residência oficial do Presidente de Itália] então nós, com os nossos senadores, bloquearemos o senado, o Parlamento e depois faremos sair os manifestantes à rua, porque isso constituirá um golpe de força".
O atual Presidente italiano, Giorgio Napolitano, um ex-comunista cujo mandato vai terminar em meados de maio, tem tentado resolver o impasse político em que Itália mergulhou após os resultados das legislativas. Estas foram convocadas após a demissão do primeiro-ministro Mario Monti. A saída do ex-comissário europeu e reputado tecnocrata ficou a dever-se precisamente ao anúncio do regresso de Berlusconi como candidato a primeiro-ministro.
Bersani, por seu lado, que apesar de ter maioria de deputados, não tem de senadores, preferia ter como aliado de coligação o Movimento 5 Estrelas, do humorista e 'blogger' Beppe Grillo. Este reivindica para a sua formação o cargo de primeiro-ministro. O movimento está dividido, pois uma parte recusa qualquer aliança de Governo, deixando, assim, o líder do Partido Democrático com uma margem de manobra muito curta.