A aliança de centro-direita composta pela Forza Italia de Silvio Berlusconi e pela Liga Norte impuseram uma derrota aos seus rivais do centro-esquerda na segunda volta das eleições locais deste domingo, pressionando o Partido Democrático de Matteo Renzi a cerca de um ano das legislativas..Uma das corridas eleitorais seguidas com mais atenção foi Génova, um bastião do centro-esquerda onde a coligação de Berlusconi venceu com mais de 55% dos votos, tomando o poder nesta cidade do norte do país pela primeira vez em mais de meio século. De referir que Génova é a cidade natal de Beppe Grillo, o líder do Movimento 5 Estrelas, outro dos derrotados destas eleições. A aliança de centro-direita conseguiu ainda sair vitoriosa noutro bastião da esquerda, ao conquistar Áquila, a capital da região de Abruzzo..Matteo Renzi, que pretende voltar ao poder nas legislativas do próximo ano depois de ter abandonado a liderança do governo em dezembro, foi o claro derrotado destas eleições locais. No entanto, as sondagens mostram que o seu Partido Democrático é um dos mais populares entre os italianos a nível nacional.."Podia ter corrido melhor", escreveu Renzi no Facebook. "O resultado geral não é bom. Algumas perdas doem, começando por Génova e Áquila", prosseguiu o ex-primeiro-ministro, referindo-se às derrotas mais significativas da esquerda nestas eleições..Para o líder da Liga Norte, Matteo Salvini, o resultado em Génova é a prova de que o primeiro-ministro Paolo Gentiloni perdeu o apoio dos italianos. "Devia demitir-se", declarou Salvini. "Os italianos querem uma mudança"..O centro-esquerda governa a Itália há quatro anos, período durante o qual a economia italiana cresceu metade da média da União Europeia. Três diferentes primeiros-ministros do PD - Enrico Letta, Matteo Renzi e Paolo Gentiloni - têm lutado para manter à tona um sistema bancário à beira do colapso (ver caixa) e gerir a chegada de mais de meio milhão de refugiados vindos da Síria e do Norte de África..As locais deste domingo foram o último teste eleitoral antes das legislativas do próximo ano - a atual legislatura termina a 15 de maio - mas podem não ser um bom indicador do que poderá vir a acontecer. O sistema eleitoral de duas voltas usado nas locais, que favorece coligações, não é usado a nível nacional, onde é usado um sistema proporcional..Ou seja, se o centro-direita - debilitado por divisões e uma falta de liderança forte desde que Silvio Berlusconi foi afastado do Senado em 2013 - quiser ter hipóteses de derrotar o PD de Matteo Renzi terá muito provavelmente de se unir. A nível local o Forza Italia e o Liga Norte têm apresentado candidaturas conjuntas, mas fazem campanha separada a nível nacional.."A centro-direita tem de estar unida para governar, independentemente da lei eleitoral", afirmou Renato Brunetta, líder da Forza Italia na câmara baixa do Parlamento..A última sondagem, feita pela Demopolis entre os dias 22 e 23, mostra o 5 Estrelas com 28,2% das intenções de voto, seguido do PD, com 28%. A Liga Norte surge em terceiro com 13,1%, estando o Forza Italia de Berlusconi em quarto, com 12,9%.