Berlim foi ao mar dos Açores para ver vidas dos pescadores

Num fim de semana muito concorrido no festival, a passagem de <em>Rabo de Peixe</em>, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel teve assomos de acontecimento.
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É um dos filmes mais falados do Festival Internacional de Cinema de Berlim, mesmo não estando na seleção oficial. O documentário Rabo de Peixe, dos portugueses Joaquim Pinto e Nuno Leonel, foi apresentado no Forum, a secção mais arriscada do festival. Ainda está fresco o Leopardo de Prata de Locarno para E Agora? Lembra-me, o anterior filme da dupla. O curioso é que esta nova longa-metragem foi agora remontada a partir de um documentário para a RTP concluído há 14 anos tem pontos de rima com o último trabalho (ver entrevista com os realizadores ao lado). Sente-se a mesma sensibilidade para um olhar de partilha humana, sente-se uma mesma poesia da primeira pessoa. O tema é fintar o preconceito com que se olha para uma comunidade piscatória dos Açores, que ganhou fama de ser um dos locais mais pobres e duros da Europa. Para Pinto e Leonel o importante são as pessoas, as suas vidas. Tudo filmado com o maior dos pudores. Às vezes, em cinema, quando encontramos um pudor como este sentimo-nos elevados - é coisa mágica da Sétima Arte...

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