Veríssimo ganha aposta e atrapalha a vida ao eterno rival
Na antevisão do dérbi deste domingo pascal, tanto Rúben Amorim como Nélson Veríssimo fizeram questão de apostar todas as fichas no triunfo da respetiva equipa. Acabou por levar a melhor o técnico do Benfica, embora a entrada direta na Liga dos Campeões, único objetivo ainda alcançável apesar da qualidade do plantel, esteja ainda a uma distância considerável quando há apenas 12 pontos em jogo. Para o Sporting, a derrota deste domingo pascal (0-2) deve ter terminado definitivamente com o sonho do título, apesar se viver época milagreira - resta ainda a esperança de conseguir quinta-feira inverter o resultado negativo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e lutar por um terceiro troféu na temporada.
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Para o encontro da 30.ª jornada, o técnico leonino fez três alterações em relação à última partida, duas já esperadas - a entrada de Nuno Santos para o lugar do castigado Matheus Reis e o regresso de Paulinho a expensas de Marcus Edwards - e outra menos previsível, com o uruguaio Ugarte, que tem estado em grande plano, a dar a vez ao mais possante Palhinha para a luta a meio-campo. Já Veríssimo, sem poder contar com o lesionado Rafa Silva, manteve o onze que a meio da semana começou a partida em Anfield.
Cumprida a homenagem da equipa da casa ao central francês Jérémy Mathieu - depois de uma lesão grave e a pandemia terem impedido uma despedida condigna após 106 jogos de leão ao peito -, e a esperada assobiadela reservada para o nome de João Mário num regresso a Alvalade que iniciou no banco, o jogo começou num ritmo lento, como o Sporting gosta. No entanto, rapidamente se percebeu que os jogadores visitantes estavam mais tranquilos e ligados e com a lição bem estudada sobre a forma de contrariar o jogo leonino.
E o golo chegou relativamente cedo, com a equipa de Amorim a provar um pouco do seu próprio veneno: passe em profundidade de Vertonghen, toque fraco de Coates (a fazer o jogo 200 pelos leões) e Darwin a mostrar por que é um dos avançados mais cobiçados da Europa, antecipando-se a Adán e tocando-lhe suavemente a bola por cima (14').
Em vantagem, o Benfica baixou ainda mais o bloco, impedindo uma reação rápida da equipa da casa, onde apenas Porro conseguiu carregar os companheiros para a frente, dada a desinspiração de Sarabia e, sobretudo, Pedro Gonçalves, uma sombra do jogador que foi a época passada.
Numa das raras vezes em que penetrou no último reduto visitante, Gonçalo Inácio não quis arriscar o remate quando estava em boa posição, preferindo dar a bola para o lado e perdendo o lance (22'). A resposta surgiu num tiro de Diogo Gonçalves que Adán afastou como pôde (31'). Logo a seguir, o Sporting dispôs da sua melhor ocasião nos primeiros 45 minutos: Sarabia deixou Pote na cara de Vlachodimos, mas o grego foi rápido a sair e tirou partida da lentidão do dianteiro contrário, conseguindo impedir um remate perigoso.
Até ao descanso, as redes leoninas voltaram a agitar-se, num canto bem trabalho pelos encarnados: Adán opôs-se ao cabeceamento de Otamendi mas nada pôde fazer perante a recarga de Gonçalo Ramos, que se encontrava, porém, em fora de jogo (38'). O descanso chegou com justa vantagem do Benfica, muito mais perigoso nas poucas vezes que chegou à área leonina, ao contrário de um incipiente e estranhamente nervoso Sporting. Na história, apenas em duas ocasiões os verde e brancos tinham conseguido dar a volta ao marcador depois de chegarem em desvantagem ao intervalo em partidas da Liga e este domingo não seria exceção.
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A segunda parte não trouxe grandes mudanças. Mais uma vez, o Benfica entrou melhor e um tiro de Everton gelou as bancadas de Alvalade, mas a bola saiu ao lado (48'). Na resposta, o Sporting esteve perto de chegar à igualdade, quando um centro de Nuno Santos permitiu a Sarabia antecipar-se à defesa e cabecear à trave (49').
Rúben Amorim decidiu então mexer no jogo, prescindindo de Neto, recuando Palhinha e fazendo entrar Ugarte e Slimani, este para o lugar do inexistente Pote (59'), obrigando Paulinho a cair para a esquerda. Quase a seguir, foi a vez de Esgaio e Edwards irem a jogo. Veríssimo respondeu e o Sporting continuou a sentir grandes dificuldades. Como fizera em Amesterdão, o Benfica deu sempre a sensação de ter o jogo sob controlo e onde mais queria, acabando por regressar a casa com os três pontos, cimentados por Gil Dias já no tempo extra. A luta pelo segundo posto está reaberta (embora os leões mantenham vantagem no confronto direto), o título quase entregue.