Veríssimo ganha aposta e atrapalha a vida ao eterno rival

Encarnados vencem por 2-0 e FC Porto tem caminho livre para o título a quatro jogos do fim. O uruguaio Darwin Núñez esteve em destaque durante a partida e foi eleito homem do jogo.
Publicado a
Atualizado a

Na antevisão do dérbi deste domingo pascal, tanto Rúben Amorim como Nélson Veríssimo fizeram questão de apostar todas as fichas no triunfo da respetiva equipa. Acabou por levar a melhor o técnico do Benfica, embora a entrada direta na Liga dos Campeões, único objetivo ainda alcançável apesar da qualidade do plantel, esteja ainda a uma distância considerável quando há apenas 12 pontos em jogo. Para o Sporting, a derrota deste domingo pascal (0-2) deve ter terminado definitivamente com o sonho do título, apesar se viver época milagreira - resta ainda a esperança de conseguir quinta-feira inverter o resultado negativo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e lutar por um terceiro troféu na temporada.

Twittertwitter1515779679181053959

Para o encontro da 30.ª jornada, o técnico leonino fez três alterações em relação à última partida, duas já esperadas - a entrada de Nuno Santos para o lugar do castigado Matheus Reis e o regresso de Paulinho a expensas de Marcus Edwards - e outra menos previsível, com o uruguaio Ugarte, que tem estado em grande plano, a dar a vez ao mais possante Palhinha para a luta a meio-campo. Já Veríssimo, sem poder contar com o lesionado Rafa Silva, manteve o onze que a meio da semana começou a partida em Anfield.

Cumprida a homenagem da equipa da casa ao central francês Jérémy Mathieu - depois de uma lesão grave e a pandemia terem impedido uma despedida condigna após 106 jogos de leão ao peito -, e a esperada assobiadela reservada para o nome de João Mário num regresso a Alvalade que iniciou no banco, o jogo começou num ritmo lento, como o Sporting gosta. No entanto, rapidamente se percebeu que os jogadores visitantes estavam mais tranquilos e ligados e com a lição bem estudada sobre a forma de contrariar o jogo leonino.

E o golo chegou relativamente cedo, com a equipa de Amorim a provar um pouco do seu próprio veneno: passe em profundidade de Vertonghen, toque fraco de Coates (a fazer o jogo 200 pelos leões) e Darwin a mostrar por que é um dos avançados mais cobiçados da Europa, antecipando-se a Adán e tocando-lhe suavemente a bola por cima (14').

Em vantagem, o Benfica baixou ainda mais o bloco, impedindo uma reação rápida da equipa da casa, onde apenas Porro conseguiu carregar os companheiros para a frente, dada a desinspiração de Sarabia e, sobretudo, Pedro Gonçalves, uma sombra do jogador que foi a época passada.

Numa das raras vezes em que penetrou no último reduto visitante, Gonçalo Inácio não quis arriscar o remate quando estava em boa posição, preferindo dar a bola para o lado e perdendo o lance (22'). A resposta surgiu num tiro de Diogo Gonçalves que Adán afastou como pôde (31'). Logo a seguir, o Sporting dispôs da sua melhor ocasião nos primeiros 45 minutos: Sarabia deixou Pote na cara de Vlachodimos, mas o grego foi rápido a sair e tirou partida da lentidão do dianteiro contrário, conseguindo impedir um remate perigoso.

Até ao descanso, as redes leoninas voltaram a agitar-se, num canto bem trabalho pelos encarnados: Adán opôs-se ao cabeceamento de Otamendi mas nada pôde fazer perante a recarga de Gonçalo Ramos, que se encontrava, porém, em fora de jogo (38'). O descanso chegou com justa vantagem do Benfica, muito mais perigoso nas poucas vezes que chegou à área leonina, ao contrário de um incipiente e estranhamente nervoso Sporting. Na história, apenas em duas ocasiões os verde e brancos tinham conseguido dar a volta ao marcador depois de chegarem em desvantagem ao intervalo em partidas da Liga e este domingo não seria exceção.

Twittertwitter 1515805139831042061

A segunda parte não trouxe grandes mudanças. Mais uma vez, o Benfica entrou melhor e um tiro de Everton gelou as bancadas de Alvalade, mas a bola saiu ao lado (48'). Na resposta, o Sporting esteve perto de chegar à igualdade, quando um centro de Nuno Santos permitiu a Sarabia antecipar-se à defesa e cabecear à trave (49').

Rúben Amorim decidiu então mexer no jogo, prescindindo de Neto, recuando Palhinha e fazendo entrar Ugarte e Slimani, este para o lugar do inexistente Pote (59'), obrigando Paulinho a cair para a esquerda. Quase a seguir, foi a vez de Esgaio e Edwards irem a jogo. Veríssimo respondeu e o Sporting continuou a sentir grandes dificuldades. Como fizera em Amesterdão, o Benfica deu sempre a sensação de ter o jogo sob controlo e onde mais queria, acabando por regressar a casa com os três pontos, cimentados por Gil Dias já no tempo extra. A luta pelo segundo posto está reaberta (embora os leões mantenham vantagem no confronto direto), o título quase entregue.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt